O caminho da reconciliação

Sexta-feira da 1ª Semana da Quaresma

14 de março de 2025

 

Leituras:

Ez 18,21-28

Sl 129(130),1-2.3-4.5-6.7-8

Mt 5,20-26

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

O princípio da alteridade está no centro da vida humana de tal maneira que é impossível imaginar alguém viver isolado, como uma ilha, sem se relacionar com o outro. Esse relacionamento, contudo, exige compreensão profunda do significado da pessoa humana cuja vida deve ser preservada em todas as suas dimensões, não apenas no aspecto físico. Explica-se, assim, o “Eu, porém, lhes digo...” dito por Jesus diante da lei que proibia tirar a vida física de uma pessoa, mas não se preocupava em respeitar-lhe a dignidade.

Jesus amplia o conceito de vida e nos desafia em nosso relacionamento com o outro ao dizer que este é um irmão e uma irmã a quem devemos amar. A condição, inclusive, para o nosso relacionamento com Deus, é viver plenamente reconciliado com nossos irmãos e irmãs. Essa reconciliação deve partir de nós, mesmo que sejamos os ofendidos. “Quando você estiver levando a sua oferta para o altar e ali se lembrar que seu irmão tem alguma coisa contra você, deixe a sua oferta ali diante do altar e vá primeiro reconciliar-se com o seu irmão” (Mt 5,23s). Fazendo isso, nossa justiça será maior que a dos fariseus e mestres da Lei, condição para entrarmos no Reino dos Céus (Mt 5,20).

A reconciliação só é possível se, revestidos da humildade e do amor, esvaziarmos nosso coração do orgulho, da autossuficiência, do autoritarismo e da presunção. É desses sentimentos que nascem as atitudes que nos impedem de acolher o outro como irmão e respeitá-lo como imagem e semelhança de Deus. Por contradizerem o princípio da vida como ensina Jesus, são abomináveis os discursos de ódio contra grupos humanos por causa de sua posição política, orientação sexual, religião, etnia ou qualquer outra razão. Infelizmente, esses discursos estão cada vez mais presentes na sociedade, disseminados pelas redes sociais, replicados, inclusive, por cristãos. A intolerância é inimiga da reconciliação e do amor, portanto, da vida.

A reconciliação passa, necessariamente, pelo diálogo que se constrói sobre duas colunas: amor ao próximo e perdão. “O amor ao próximo é uma atitude tão fundamental que Jesus chega a afirmar que a nossa relação com Deus não pode ser sincera se não quisermos fazer as pazes com o próximo”, lembra o Papa Francisco (16.02.20140). Eis a via de nossa conversão. Quem por ela trilha está apto a levar sua oferta ao altar do Senhor.

Senhor, nesta quaresma, socorre-nos com tua graça a fim de buscarmos a reconciliação com nossos irmãos e irmãs, testemunhando o amor e o perdão. Amém!

Comentários

  1. Senhor, nesta quaresma, socorre-nos com tua graça a fim de buscarmos a reconciliação com nossos irmãos e irmãs, testemunhando o amor e o perdão. Amém! Se eu não perdoar o meu irmão o Senhor não me dá o seu perdão.

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  2. Leitura da profecia de Ezequiel.
    DeusVamos refletir o evangelho do dia Mt 5,20-26
    A fé cristã autêntica tem suas exigências. É fácil viver "uma fé" descomprometida desejar somente aquela que me traz emoção passageira. A vivência autêntica da fé me faz parte praticar a justiça bem diferente das dos homens, bem maior que a dos escribas e fariseus. A fé autêntica me faz praticar justiça por meio do perdão da prática do amor- oblação, que gera vida e comunhão. A quaresma, além de nos lembrar o compromisso cristão com Reino , leva-me ao interior para que eu mude o que precisa ser mudado em me.
    Não podemos fazer igual aos escribas, mas melhor do que eles: pratica a justiça através do perdão, do amor gratuito e dos sentimentos de Cristo.
    Senhor, nos ajude a unir a ti e que sejamos sempre capazes de promover a paz, defender a vida e instalar a solidariedade entre nós irmãos e irmãs, Senhor nós precisamos de sua ajuda a te amar e crescer no seu amor. Amém ama a vida e não quer que o pecador morra, por isso a admoestação a quem é justo para que seja fiel e ao pecador para que se converta e viva.

    A fé cristã autêntica tem suas exigências. É fácil viver "uma fé" descomprometida desejar somente aquela que me traz emoção passageira. A vivência autêntica da fé me faz parte praticar a justiça bem diferente das dos homens, bem maior que a dos escribas e fariseus. A fé autêntica me faz praticar justiça por meio do perdão da prática do amor- oblação, que gera vida e comunhão. A quaresma, além de nos lembrar o compromisso cristão com Reino , leva-me ao interior para que eu mude o que precisa ser mudado em me.
    Não podemos fazer igual aos escribas, mas melhor do que eles: pratica a justiça através do perdão, do amor gratuito e dos sentimentos de Cristo.

    Senhor, nos ajude a unir a ti e que sejamos sempre capazes de promover a paz, defender a vida e instalar a solidariedade entre nós irmãos e irmãs e testemunhar o amor e o perdão. Amém

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