Libertar-se do mal para fazer o bem

Quarta-feira da 22ª Semana do Tempo Comum

4 de setembro

 

1Cor 3,1-9

Sl 32(33)

Lc 4,38-44

 

Por Pe. Geraldo Martins

É comum, no relacionamento humano, nos identificarmos mais com umas pessoas que com outras, termos mais simpatia por essa pessoa que por aquela. Numa comunidade de fé, não é diferente. Por razões diversas, alguns podem ser mais próximos de uma liderança que de outra. Tudo muito natural. O que, no entanto, causa escândalo e vai contra o evangelho, é quando isso descamba para brigas e divisões como ocorria na comunidade de Corinto.

Ao combater esse comportamento reprovável dos Coríntios que se dividiam entre Paulo e Apolo, o apóstolo lembra que os evangelizadores servem ao Senhor e que não há diferença entre eles, a não ser na função. Mais que isso, recorda São Paulo que o fruto do trabalho de quem semeia a semente do evangelho vem de Deus e não do semeador: um planta, outro rega, mas é Deus quem faz crescer (cf. 1Cor 3,6). Este é o mais importante e Ele é quem deve ocupar o centro de nossas vidas.

E nossas comunidades, como estão? Vivem também a experiência de divisões e rixas por causa dos que as evangelizam? Afinal, a quem seguimos: a Jesus Cristo ou a quem o anuncia? Como os Coríntios, mostramo-nos, em algum momento, infantis e imaturos na fé?

No evangelho, Jesus tem um dia intenso de missão. Depois de ensinar e curar na sinagoga, vai à casa de Pedro e cura sua sogra de uma febre que a deixava prostrada. Curada, ela se põe a servir. Eis o resultado de quem é exorcizado e liberto do mal que o aprisiona: servir. Sim, para isso é que Jesus nos liberta: para nos colocar a serviço de nossos irmãos e irmãs. Não há maneira mais bela de expressar gratidão por um bem recebido, senão servindo.

Lucas ressalta que, ao pôr do sol, Jesus atende a todos que vão ao seu encontro e os cura, devolvendo-lhes a liberdade e a alegria da vida. Por que ao pôr do sol? Porque é sábado e somente quando o sol se põe é permitido fazer a cura. Vemos aqui o compromisso de Jesus com a vida.

Nesse compromisso, Ele “mostra uma particular predileção por quantos estão feridos no corpo e no espírito: os pobres, os pecadores, os possuídos pelo demónio, os doentes, os marginalizados” (Papa Francisco - Angelus, 8.2.2015). Por isso, no dia seguinte, parte para a Judeia como a dizer que sua missão é universal e a vida nova que Ele trouxe deve chegar a todos e todas. Seguimos seu exemplo quando nos esforçamos por ser uma Igreja em saída, que vai ao encontro dos que mais precisam de seu serviço.

Senhor, fortalece nossas comunidades para que, maduras na fé, cresçam na unidade e no amor. Por meio de teu Filho, torna-nos livres de todos os males para nos colocarmos a serviço do bem. Amém!

Comentários

  1. Leitura da primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
    O apóstolo chama atenção da comunidade, porque muitos se comportam como criança na vida cristã e não como pessoas maduras na fé.

    Jesus cura, ensina, perdoa, liberta e a todos faz sentir o anúncio da palavra; por isso Ele está sempre a caminho pelas terras da palestina e ao encontro das pessoas.
    Quando experimentamos a dor e o sofrimento, experimentamos também nossos limites humanos. Sentimos nessa hora o quanto é importante a caridade dos outros e o quanto precisamos deles. Nessa hora, o maior conforto e consolo vem de Deus demonstrados na caridade dos irmãos. A caridade para com os doentes nasce do Evangelho, como também vem dele a verdade da fé no Deus que é Pai e nos envolve com sua misericórdia. Perder a fé é perder o sentido da própria vida.

    Senhor, nos ajude a compreender que precisamos amadurecer a nossa fé nossa vida de comunidade e assim crescer na unidade e no amor. E nos liberta de todos os males não só do corpo também da alma para nos colocarmos a servir. Amém

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  2. Obrigado Senhor, por ser um Deus que além de cuidar também cura nossas enfermidades.

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