Sexta-feira – 02.10.20
Evangelho: Mt 18,1-5.10

À dúvida dos discípulos Jesus responde de forma
surpreendente, invertendo a lógica de seu pensamento. Toma uma criança como
referência para mostrar que, no Reino dos Céus, o pequeno é que é o maior. E recomenda: “Não
desprezem nenhum desses pequeninos” (Mt 18,10). Por que uma criança? Vejo, pelo
menos, duas razões. A primeira é sua total dependência do adulto. A segunda é sua
condição social na época de Jesus, qual seja, abandono, pobreza e
vulnerabilidade. Por isso são “pequeninos”.
Para ser grande no Reino de Deus é necessário converter-se,
isto é, deixar a presunção, a autossuficiência e abandonar-se totalmente nas mãos
de Deus por meio de uma vida simples, humilde, desapegada. Ao se identificar com uma criança, Jesus aponta para o ideal de todo aquele que quer ser seu discípulo:
fazer-se pequeno, vencendo a tentação de ser grande segundo a lógica da
sociedade.
Chama atenção também, na resposta de Jesus, a referência que
faz aos anjos como os protetores dos pequeninos (Mt 18,10). Ele confirma, assim, que
Deus não abandona os que são desprezados e esquecidos pela sociedade. Os anjos,
seus mensageiros, são garantia de sua presença e proteção junto aos mais
frágeis e desconsiderados com os quais Jesus se identifica – “quem recebe em
meu nome uma criança como esta, é a mim que recebe” (Mt 18,5).
Vemos crescer o número de irmãos e irmãs que sofrem por
causa do sistema que produz pobreza e miséria. Aumenta a insegurança dos que
veem diminuídos seus direitos por causa de reformas que visam a atender mais a
economia que ao ser humano. É cada vez maior o número dos que sofrem violência,
discriminação e preconceito. Junto desses irmãos e irmãs, sejamos como anjos a
defender e a proteger sua vida, identificando-nos com sua luta, fazendo-nos um
deles.
Ó Pai, dá-nos a graça da conversão a fim de que,
tornando-nos pequeninos como as crianças, por tua misericórdia, participemos um
dia de teu Reino. Amém.
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