Estar no mundo sem ser do mundo

Quarta-feira da 7ª Semana da Páscoa

15 de maio

 

Leituras:

At 20,28-38

Sl 67(68),29-30.33-34.35-36

Jo 17,11b-19

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

Chamados e enviados a cumprir sua missão no mundo, os apóstolos necessitarão da proteção especial de Deus. Por isso, Jesus ora pedindo três coisas ao Pai: que os guarde para que sejam um; que os preserve do Maligno e que os santifique na verdade, que é a Palavra revelada por Jesus.

A preocupação de Jesus é a relação dos apóstolos com o mundo. Este, segundo São João, compreende aqueles que recusam a fé. Trata-se, portanto, de um mundo hostil aos discípulos de Cristo. Contudo, não é possível tirá-los do mundo. É precisamente para o mundo que são enviados a fim de transformá-lo e santificá-lo.

Precisamos ter muito cuidado ao usar a expressão “mundo” ou “coisas do mundo” como se devéssemos rejeitar tudo o que nele existe. Vejo muitas pessoas que, por exemplo, não assistem aos programas de TV ou não escutam músicas “profanas” ou deixam de fazer outras como se tudo fosse do Maligno. Outros querem viver e testemunhar sua fé como que alienados do mundo. Cuidemos, portanto, do verdadeiro sentido dessa expressão tão cara a São João para não confundirmos as coisas.

Em Mileto, Paulo faz um discurso de despedida e mostra sua preocupação com a perseverança das lideranças que terão a missão de continuar animando a Igreja. Para motivá-los, Paulo lembra que a missão é trinitária: ela “vem do Espírito e diz respeito à Igreja, que o Pai conquistou pelo sangue de seu Filho” (Missal Cotidiano).

Diante de um mundo hostil, capaz de gerar inimigos aos que anunciam o Reino, Paulo dá três conselhos às lideranças das comunidades: que sejam vigilantes (At 20,31), que tenham confiança, entregando-se inteiramente a Deus e à sua graça (At 20,32) e que sejam totalmente livres, desinteressados e desapegados, a exemplo do próprio apóstolo (At 20,33), lembrando que “há mais alegria em dar do que em receber” (At 20,35).

Viver na unidade, estar no mundo sem ser do mundo, consagrar-se na verdade, eis o caminho dos discípulos de Cristo. Cuidar de si e do rebanho na vigilância, na confiança e no desapego. Eis o caminho dos que exercem liderança nas comunidades eclesiais. Como temos trilhado esses caminhos?

Ó Cristo, continua rogando ao Pai em nosso favor a fim de que saibamos viver nossa missão no mundo sem nos deixar contaminar pelo que há de mal nele. Faz-nos atentos aos que usam teu nome para fazer mal e enganar teu rebanho. Amém!

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