A compaixão que salva

Quinta-feira da 2ª Semana da Quaresma

20 de março de 2025

 

Leituras:

Jr 17,5-10

Sl 1,1-2.3.4 e 6

Lc 16,19-31

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

A justiça e a misericórdia de Deus são como os dois lados da mesma moeda. Muitos, porém, vivem como se a vida fosse fim em si mesma, ignorando a vida transcendente e que seremos julgados por nossas ações em relação aos nossos irmãos e irmãs. Jesus, ao contar essa história do rico sem nome com o pobre Lázaro, deixa claro o destino que espera um e outro após a morte. Tudo dependerá de como se vive aqui e o critério para o julgamento final é a relação com o outro. Quem age sem compaixão e misericórdia, na indiferença e no desprezo ao outro, não conhecerá a alegria eterna.

O rico sem nome é condenado não tanto por sua riqueza, mas pela falta de compaixão que o leva a ignorar o pobre e a viver indiferente à sua indigência e miséria. É como se Jesus disse que sua opulência e fartura tivessem sido construídas à custa do pobre por ele desprezado e descartado.  Deus, porém, vem em socorro deste e lhe faz justiça, levando-o para junto de Abraão enquanto o rico é enterrado, ou seja, excluído da felicidade celeste (cf. Lc 16,23).

A pobreza e a miséria que trazem dor e morte a milhões de irmãos e irmãs no mundo são fruto da avareza, da ganância humana. São construídas por um sistema econômico e político que descarta pessoas ao fazer do lucro seu bem maior. Ignora essa realidade quem banqueteia com o rico do evangelho e não abre a porta aos pobres que suplicam o pão a que têm direito, ou seja, os que se beneficiam dessa economia que torna os ricos cada vez mais ricos à custa dos pobres cada vez mais pobres, como denunciou São João Paulo II.

Lembremo-nos: “Lázaro representa bem o grito silencioso dos pobres de todos os tempos e a contradição de um mundo em que riquezas e recursos imensos se encontram nas mãos de poucos”. Diante da porta, Lázaro “é uma evocação viva ao rico para se recordar de Deus, mas o rico não aceita tal evocação. Portanto, será condenado não pelas suas riquezas, mas por ter sido incapaz de sentir compaixão por Lázaro e de socorrê-lo” (Papa Francisco, 18.05.2016). Qual o nosso lugar nessa história?

Senhor, dá-nos um coração misericordioso que nos faz reconhecer o outro como nosso irmão, especialmente, o empobrecido a quem devemos amar e servir. Amém!

Comentários

  1. Senhor, dá-nos um coração misericordioso que nos faz reconhecer o outro como nosso irmão, especialmente, o empobrecido a quem devemos amar e servir.

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  2. Leitura do livro do profeta Jeremias.
    O coração humano às vezes é duro como a rocha e enganoso, e só Deus é capaz de penetrá-lo transformá-lo e fazê-lo fecundo de vida e misericórdia.

    Quando abrimos nosso coração para Deus e para os irmãos, há sempre a surpresa agradável do bem. Compreendemos que as diferenças existentes no mundo não são do agrado de Deus e não recebem dele nenhum reconhecimento. Atitude cristã autêntica é aquela que se abre para o irmão e vai ao encontro de suas necessidades: nossa caridade precisa ser plena e não "deixar o outro se alimentar das medalhas que cai de nossas missas". Partilhar a vida é exigências de Jesus e fui o que Ele fez.

    O que nos perguntará o Senhor, diante dos milhões de pobres que morrem de fome? Quem não ouve o clamor do irmão, não ouve o que diz o Senhor.

    Senhor,nos ajude a partilhar a nossa mesa com os mais necessitados em nosso meio, e assim a nossa solidariedade com os necessitados seja a ponte que nos conduza até vós. Amém









    Senhor,nos ajude a partilhar a nossa mesa com os mais necessitados em nosso meio, e assim a nossa solidariedade com os necessitados seja a ponte que nos conduza até vós. Amém

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