A missão das lideranças

Sexta-feira da 2ª Semana da Quaresma

21 de março de 2025

 

Leituras:

Gn 37,3-4.12-13a.17b-28

Sl 104(105),16-17.18-19.20-21

Mt 21,33-43.45-46

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

É admirável a coragem profética de Jesus que se serve de uma parábola para condenar, de forma exemplar, as lideranças religiosas por não cumprirem com fidelidade sua missão. Os elementos da parábola não deixam dúvida quanto a isso. A vinha refere-se a Israel, o povo eleito; o proprietário é Deus; os empregados enviados são os profetas; o filho é Jesus que vai morrer fora de Jerusalém; os que arrendam a vinha são as lideranças cuja responsabilidade era ajudar o povo a viver a fidelidade da Aliança; outro povo diz respeito aos pagãos.

A parábola deixa evidentes, pelo menos, quatro elementos: a confiança de Deus nas lideranças a quem entrega sua vinha, isto é, seu povo; a missão das lideranças, que é fazer a vinha produzir frutos, ou seja, levar o povo a agir conforme os desígnios de Deus; a cobrança, por parte de Deus, dos frutos que espera de sua vinha e, por fim, a justiça de Deus que retira a vinha dos infiéis e a confia a quem cumprirá com fidelidade sua missão.

Cuidar da vida do povo. Eis a missão das lideranças! Só é capaz de cumpri-la quem faz da autoridade um serviço abnegado e amoroso, gratuito e compassivo, esquecendo-se de si e colocando o outro no centro. Não ficará impune aquele que, tendo a tarefa de servir o povo a fim de que produza frutos, foge à sua responsabilidade e, pior ainda, se apropria do povo, dele se servindo para satisfazer seus próprios interesses. Vemos isso ocorrer, lamentavelmente, entre vários tipos de lideranças, como por exemplo, políticas e religiosas.

A profecia exige que denunciemos a atitude dos que, em qualquer tempo, têm colaborado para o sofrimento do povo, seja por sua omissão, seja por deliberada opção de servir ao mercado e não à vida. Continua válida a sentença de Jesus: “o Reino de Deus será tirado de vocês e será entregue a um povo que produzirá frutos” (Mt 21,44). É preciso gritar esta sentença com voz amplificada, ainda que se tenha como resposta a mesma que os sumos sacerdotes e fariseus deram a Jesus: ameaça e violência. Nossa fé nos tem colocado nesse caminho?

Senhor, livra-nos de todos os que usam o poder em benefício próprio e dá-nos lideranças que cuidem de teu povo a fim de que tenha vida e produza os frutos que dele esperas. Amém!

Comentários

  1. Leitura do Livro do Gênesis.
    A misteriosa história de José vem nos falar do mistério redentor de Cristo. Ele, filo único, nos é dado por amor, e muitos o rejeitaram.

    É impossível viver sem o amor de Deus. Como o ar não pode nos faltar, também não nos faltem a bondade e a misericórdia do Pai. "Rejeitar a pedra principal", em nossos dias, é viver com diferença as coisas divina e a tudo o que é feito para a edificação da vida e da paz. Os pobres são os que mais labutam para se manter vivos, enquanto as decisões em favor deles são custosas e demoradas. Muitas vezes um empreendimento econômico é muito mais ágil o que o empreendimento social em favor dos desfavorecidos. O amor para com Deus nos abre para a vida dos irmãos, ou então não é amor.

    A proclamação do evangelho é rejeitada pelos sábios e aceita pelos pobres e pecadores, pois sabem que nossa segurança é a misericórdia de Deus.

    Senhor, dai-nos viver uma fé que se mostra viva pelo bem que fazemos ao outro e ver neles, que é os irmãos e irmãs a sua própria carne. Amém

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  2. Cuidar da vida do povo! Eis a missão das lideranças!

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