A recompensa que vem da renúncia

Terça-feira da 8ª Semana do Tempo Comum

4 de março de 2025

 

Leituras:

Eclo 35,1-15

Sl 49(50),5-6.7-8.14 e 23

Mc 10,28-31

(Acesse aqui)

 

Por Pe. Geraldo Martins

É próprio do ser humano buscar segurança e recompensa quando se dispõe a seguir determinado caminho. Segurança e recompensa, quase sempre, são compreendidas como a posse de bens materiais e o bem estar familiar. Renunciar a isso parece um absurdo a que poucos estão disposto. O comum é todos se empenharem ao máximo para adquirir os bens necessários para uma vida de conforto.  

Ouvindo Jesus dizer que “é mais fácil um camelo passar pelo fundo da agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mc 10,25), Pedro revela sua insegurança e medo diante da exigência de renunciar a tudo para seguir Jesus e o expressa francamente: “eis que nós deixamos tudo e te seguimos” (Mc 10,28). Com sua palavra, Pedro parece querer perguntar: que recompensa teremos? Que ganharemos com isso? Como fica nossa situação?

 Jesus garante que a renúncia aos bens e à própria família por causa dele e do Evangelho nunca fica sem recompensa. Esta acontece já aqui na terra na proporção de cem vezes mais e, no futuro, com a vida eterna (cf. Mc 10,30). “O cêntuplo não pode ser interpretado materialisticamente, senão os discípulos teriam que, de novo, renunciar a ele para poderem entrar no Reino. A casa é o lugar em que se ouve a palavra e se revela o mistério do Reino. Irmãos, irmãs, mães, filhos são a nova família dos que fazem a vontade do Pai. Este lugar é o campo fecundo, que produz muito fruto agora e para sempre” (Liturgia Diária O Pão Nosso de Cada Dia).

Como entender a renúncia exigida por Jesus? Ela se dá quando colocamos nossa segurança em Deus e não nos bens que possuímos; quando nos tornamos livres diante daquilo que temos; quando não vivemos em função do ter, rendidos ao consumismo asfixiante; quando somos capazes de partilhar com quem nada tem; quando somos desapegados e não nos fechamos no egoísmo que nos faz cegos à necessidade do outro; quando praticamos a gratuidade; quando combatemos todo sistema que produz as desigualdades sociais e faz aumentar o fosso entre ricos e pobres.

Renunciar é uma graça e só a alcança quem compreende o significado de Jesus e do Evangelho em sua vida. O Espírito Santo nos ilumine no nosso desejo de, como Pedro e os apóstolos, renunciar a tudo para alcançarmos a felicidade que só Jesus nos pode dar.

Senhor Jesus, perdoa-nos pelas vezes que não fomos capazes de renunciar a tudo para te seguir, desacreditando tua promessa de recompensar com a vida eterna os que se entregarem a ti. Amém! 

Comentários

  1. Leitura do livro do Eclesiástico.
    Demos a Deus a oferta que tanto deseja, nosso coração bom, justo e honra-lo com o coração, ser solidário a seus filhos mais necessitados!

    Deixar tudo, por Jesus e o Evangelho, é receber tudo cem vezes mais, e a vida eterna.
    Quem não mede sua oferta, mas deixa tudo, por causa de Jesus e do Evangelho, "receberá cem vezes mas agora ", e "no mundo futuro, a vida eterna".

    Senhor, perdoa- nos por não saber renunciar a tudo pra te seguir. E nos ajude a te louvar não só com os lábios, tendo o coração longe de Ti, e assim nos preparar pra viver a Quaresma que se aproxima, a seguir seu Filho Jesus, numa coerência maior de vida em busca da vida eterna. Amém

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  2. Renunciar é uma graça e só a alcança quem compreende o significado de Jesus e do Evangelho em sua vida. O Espírito Santo nos ilumine no nosso desejo de, como Pedro e os apóstolos, renunciar a tudo para alcançarmos a felicidade que só Jesus nos pode dar.

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