Como rezar?

Terça-feira da 1ª Semana da Quaresma

11de março de 2025


Leituras:

Is 55,10-11

Sl 33(34),4-5.6-7.16-17.18-19

Mt 6,7-15

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

 

A oração é um dos três exercícios espirituais que, especialmente na quaresma, se apresentam como meio eficaz e necessário para nossa conversão e santidade. Ao chamar atenção sobre o modo como devemos rezar, Jesus ensina que não deve se confundir a oração com o excesso de palavras e fórmulas. Oração é diálogo amoroso com Deus a quem nos dirigimos com confiança.

Essa é uma lição importante para quem entende a oração como estrada de mão única em que apenas ele fala e Deus só escuta. Não consegue compreender que a oração é diálogo. Sem tomar fôlego, emenda uma fórmula atrás da outra ou então dispara numa fala interminável e não faz silêncio para escutar Deus. Levemos a sério o ensinamento de Jesus: “Quando orarem, não usem muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejam como eles, pois o Pai de vocês sabe do que precisam, muito antes que vocês o peçam” (Mt 6,7). Mas se não o escutamos...

A sobriedade da oração ensinada por Jesus é encantadora e aponta duas direções. A primeira indica a verticalidade de nossa vida que nos liga a Deus, reconhecendo-o como Pai cujo nome deve ser santificado, o Reino, reconhecido, e a vontade, praticada. A segunda, mostra nossa vida em sua horizontalidade quando reconhecemos três necessidades básicas do ser humano: o pão que alimento o corpo e o espírito; o perdão, que nos reconcilia com Deus e com os irmãos e irmãs; a superação da tentação e do mal.

É interessante como Jesus dá ênfase à necessidade de saber perdoar os irmãos como condição para ser perdoado por Deus. Esse é um desafio que incomoda muita gente seja porque tem o coração fechado, tomado pela mágoa, rancor e vingança, seja porque não compreende o que significa perdoar, confundindo perdão com esquecimento. Diz o teólogo Virgilio Elizondo: “Perdoar não significa esquecer; antes, se tivesse podido esquecer, não seria necessário perdoar. A verdadeira virtude consiste em perdoar recordando, porque perdoar significa ser libertos da ira interior dos ressentimentos e da busca de vingança que consuma cada fibra do meu ser”.

Comentando o Pai Nosso em seu Tratado sobre a Oração, resume Tertuliano: “Falando do Pai, a oração nos lembra a honra devida a Deus. Na revelação do seu nome, testemunhamos a fé. Em face da sua vontade, oferecemos a nossa submissão. Quando se fala do Reino, recordamos a nossa esperança. Pedindo o pão, rogamos a vida. Pedindo perdão, confessamos nossos pecados. Solicitando a proteção divina, mostramo-nos preocupados com as tentações”.

Ó Cristo, ajuda-nos a fazer da Quaresma tempo forte de oração, lembrados de que só ela consegue vencer a Deus (Tertuliano) e, assim, alcançarmos as graças de que necessitamos, especialmente, a conversão que nos faz perseverar no caminho da santidade. Amém!

Comentários


  1. Ninguém pode perder a esperança, porque mesmo diante da dificuldades o senhor não deixará de ser fiel à sua promessa.
    Os caminhos que os homens traçam para si mesmo não são nem semelhante aos caminhos que Deus deseja. Muitas vezes colocamos nossa segurança e confiança nos meios unicamente humanos. Deus fica ao lado, como se nada tivesse a ver com a vida dos humanos. Por isso,precisamos sempre de conversão, principalmente para a justiça, para a solidariedade e para a paz, porque esse é o caminho e o desejo de Deus para a humanidade. Desse modo é que alcançamos e realizamos a nova e eterna Aliança de Deus conosco.

    A presença do Reino de Deus e a nossa vida se unem na simplicidade da oração ensinada e rezada por Jesus.

    Senhor, nos ajude a fazer da Quaresma tempo de conversão,
    de mudança de vida, e na nossa vivência cristã que possamos motivar os nossos irmãos e irmãs abraçar e viver os valores do teu Reino. E assim nos faz persevera no caminho da conversão e santidade. Amém
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  2. Ó Cristo, ajuda-nos a fazer da Quaresma tempo forte de oração, lembrados de que só ela consegue vencer a Deus (Tertuliano) e, assim, alcançarmos as graças de que necessitamos, especialmente, a conversão que nos faz perseverar no caminho da santidade. Amém!

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