Em busca de um sinal

Quarta-feira da 1ª Semana da Quaresma

12 de março de 2025


Leituras:

Jn 3,1-10

Sl 50(51),3-4,12-13.18-19 (R. 19b)

Lc 11,29-32

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

Quando uma pessoa se envolve numa relação desconhecida, ela fica insegura, desconfiada e com medo. Sua saída, para ter um mínimo de certeza de que não está entrando numa situação embaraçosa, é pedir à outra parte um sinal, ou seja, uma prova de que fala e age de forma verdadeira. É comum agirmos assim diante do desconhecido, daquilo que é novo e escapa à nossa compreensão.

Essa foi a atitude de alguns diante de Jesus ao lhe pedirem que fizesse um sinal, isto é, um milagre, como prova de que agia em nome de Deus. Lucas não diz quem faz isso, ao contrário de Mateus que registra o pedido como tendo sido feito por “alguns fariseus e doutores da lei” (Mt 12,38). Jesus reage de forma um pouco dura e classifica os que assim procedem de “geração má” por exigir um sinal como condição para crer nele (Lc 11,29). Seu testemunho e sua pregação não pareciam suficientes.

Jesus evoca, então, o sinal de Jonas cuja pregação serviu de sinal para a conversão da cidade de Nínive. Isso na versão de Lucas, porque, em Mateus, o sinal de Jonas está ligado mais ao fato de o profeta ter ficado “três e três noites no ventre do monstro marinho” (Mt 12,40), numa clara referência à ressurreição de Jesus após três dias de sua morte. Este é o maior sinal de Jesus. Além disso, recorda a rainha de Sabá, estrangeira, que visita Salomão e reconhece e admira sua grandeza e sabedoria (cf. 1Rs 10,1-10).

O discurso de Jesus é uma resposta à incredulidade dos que colocam condições para acolhê-Lo e aceitá-Lo como vindo da parte de Deus. Sua indignação não é sem razão, afinal, já fizera tantos sinais e, ainda assim, alguns exigem uma espécie de milagre exclusivo, excepcional. Jesus não cede ao seu capricho, diz que o sinal já foi dado, mas nem todos o compreendem porque têm o coração fechado. Estaríamos incluídos nesse grupo?

Agimos como esses incrédulos e nos identificamos como uma geração “má e adúltera” (cf. Mt 12,39), repreendida por Jesus, quando tentamos enquadrar Deus, colocando condições para acreditar na sua bondade e no seu amor. Quando, no interesse de que prevaleça nossa vontade, ficamos como cegos diante dos sinais que Deus realiza em nossa vida como prova de seu cuidado conosco. E são tantos!...

Senhor, guia-nos com a luz de teu Espírito e faz-nos perceber os sinais de teu Filho que nos apontam teu Reino. Nesta quaresma, livra-nos do preconceito, da intolerância, da presunção e de tudo que constrói muros a nos separar do outro. Amém!

Comentários

  1. Enquanto existir o ser humano na face da Terra, ele precisará de sinais que o orientem e o conduzam. A necessidade de sinal é própria do ser humano. Os ninivitas tiveram o sinal de Jonas, mas a humanidade ganhou o sinal por excelência que é Jesus Cristo, Filho de Deus e nosso Redentor. É nele que devemos nos inspirar sempre e nossas atitudes devem estar de acordo com seu próprio projeto de redenção ponto assim, contemos os limites de nós mesmo e de nossas cidades, e ajudamos a fazer o mundo um lugar que te passa ponto A paz é o sinal exigido ao crição de hoje.
    Jesus é o "sinal"da salvação e da misericórdia de Deus para conosco, portanto, muito maior que o sinal de Jonas e de Salomão.

    Senhor, dai-nos o verdadeiro sinal, a luz do Espírito Santo que nos faz perceber o sinal que é o teu Filho e que nos aponta o Reino. E dai-nos o arrependimento, que nos ajude a conquistar vosso coração sempre pronto a perdoar, e sermos um povo de esperança. Amém

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  2. "Senhor, guia-nos com a luz de teu Espírito e faz-nos perceber os sinais de teu Filho que nos apontam teu Reino. Nesta quaresma, livra-nos do preconceito, da intolerância, da presunção e de tudo que constrói muros a nos separar do outro. Amém!"

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