Curado pela compaixão

Terça-feira da 4ª Semana da Quaresma

1º de Abril de 2025

 

Leituras:

Ez 47,1-9.12

Sl 45(46),2-3.5-6.8-9

Jo 5,1-16

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

Quando a pessoa se preocupa muito consigo mesma, acaba por colocar suas necessidades como maiores do que a dos outros e, então, é incapaz de gestos de delicadeza e cuidado. Ao contrário, vê o outro como um concorrente que lhe ameaça a realização de seus desejos, às vezes travestidos de necessidades, e, por isso, coloca-se numa disputa com ele, fazendo tudo para vencê-lo, ignorando sua condição de necessitado.

Vemos isso neste texto de São João que narra a situação daquele homem que permanecia doente por total falta de compaixão das pessoas. Em desvantagem em relação aos demais, nunca conseguia banhar-se na piscina cujas águas tinham a força de curá-lo - "não tenho ninguém que me leve à piscina... outro entra na minha frente" (Jo 5,7). Sua libertação veio de Jesus que o vê, conhece sua história – “sabendo que estava assim havia tanto tempo” (Jo 5,6) – e toma a iniciativa de lhe oferecer a cura – “queres ficar curado?” (Jo 5,6).

Com seu gesto, Jesus revela que Deus não descuida de seus filhos e filhas que sofrem e vem ao seu encontro para fazer-lhes justiça, libertando-os do mal que os aflige, restituindo-lhes a dignidade e o protagonismo da própria vida – “levanta-te, toma teu leito e anda” (Jo 5,8). Isso se torna ainda mais significativo por ser dia de sábado, provocando a imediata reação dos judeus para quem a lei fala mais alto que o bem e a vida.

Observemos, ainda, que ao encontrar novamente o homem, agora curado, Jesus chama sua atenção para a nova vida que lhe fora restituída: “Eis que estás curado. Não voltes a pecar, para que não te aconteça coisa pior” (Jo 5,14). Isso nos faz pensar que a verdadeira paralisia é o pecado, que impede a pessoa de viver na liberdade dos filhos e filhas de Deus. É, sobretudo, dessa escravidão que Jesus veio nos curar.

Comprometidos com a vida, multipliquemos o gesto de Jesus que restitui a alegria de viver aos que sofrem e a liberdade aos que são perdoados, fazendo-os encontrar, no amor acolhedor e serviçal, o remédio que cura seus corações aflitos e angustiados. 

Perguntemo-nos: quem, hoje, está a clamar por nossa solidariedade, suplicando por nossa ajuda para banhar-se nas águas libertadoras do amor de Cristo? 

Senhor Jesus, vem ao nosso encontro, cura-nos de nossas paralisias e, com teu perdão, devolve-nos a liberdade que perdemos por causa do pecado. Amém!

Comentários

  1. Perguntemo-nos: quem, hoje, está a clamar por nossa solidariedade, suplicando por nossa ajuda para banhar-se nas águas libertadoras do amor de Cristo?
    que impede- nos
    Senhor Jesus, vem ao nosso encontro e nos de nossas paralisias

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  2. Leitura da profecia de Ezequiel.
    Jesus é fonte de água viva, é vida e crer em Jesus é ser como Ele, fonte de água-vida aos irmãos. Deus é a Água viva que nasce do altar avoluma-se, torna-se rio caudaloso. E há vida onde chega o rio. Os frutos será alimentos e as folhas remédio. É Jesus na cruz de seu lado transpassado saem sangue e água fonte unicamente de vida.

    O templo ou "piscina com cinco paralíticos", Jesus o encontra vazio de Deus, da água- fonte. Sua festa são "cegos, coxos, paralíticos " aí deitados , e simbolizados no homem paralítico há 38 anos , sem nenhum solidariedade. Jesus lhe propõe sair dali, não esperar dali a salvação, mas crer nele, fonte que um dia será Templo ajorrar vida na cruz.

    Senhor, não nos deixa enganar, pois vós não habitais onde não se vive a solidariedade e o cuidado pelos necessitados, e nos cura da paralisia causada pelo pecado e devolva-nos a liberdade que tanto necessitamos. Amém

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