O mal da traição

Terça-feira da Semana Santa

15 de abril de 2025

 

Leituras:

Is 49,1-6

Sl 70(71),1-2.3-4a.5-6ab.15.17

Jo 13,21-33.36-38

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

No contexto da última ceia, Jesus revela que será traído. É o começo de sua paixão. Preocupados, os apóstolos querem saber quem será o traidor. Jesus diz sem dizer: “É aquele a quem eu der o pedaço de pão passado no molho” (Jo 13,2). Judas é quem o recebe, mesmo assim, ninguém entende. O que teria acontecido se Jesus tivesse dito explicitamente que era Judas? Qual teria sido a reação dos discípulos?

Nesta cena, duas afirmações chamam atenção. A primeira diz que “satanás entrou em Judas” (Jo 13,27); a segunda, que “era noite”. Uma está ligada à outra. Satanás vive e comanda as trevas. Quem o possui, está na escuridão, vive sempre na noite. Não conhece a luz da verdade, do amor, da justiça, da paz. Por isso, não conhece a Jesus, não o aceita e se opõe ao seu Reino.

Ao anúncio da traição de Judas segue o da negação de que Pedro, que também é uma traição – “o galo não cantará antes que você me tenha negado três vezes” (Jo 13,38). Diferentes em suas motivações, ambas as traições são resultado da fraqueza humana. Quem de nós está imune a essa fraqueza?

A traição é uma realidade humana que machuca profundamente os corações. Causa uma dor e um sofrimento que, muitas vezes, parecem não ter cura. Só quem já foi vítima de uma traição pode mensurar a dor que ela causa. Há traições que provocam rupturas irreparáveis. A de Judas levou Jesus à morte; a de Pedro, abandonou-o à própria sorte no momento mais difícil de sua vida.

Que consequências nossas traições provocam na comunidade de fé? Na família? Nas relações sociais? No cotidiano da vida? Até que ponto nos identificamos com Pedro no entusiasmo da fé e na fraqueza do testemunho? Ou somos mais Judas que Pedro?

Seja a Semana Santa oportunidade de reafirmar nosso amor e nossa fidelidade a Jesus. Não caia sobre nós a noite que nos rouba a esperança e a fé, impedindo-nos de gozar as alegrias da salvação que Cristo nos trouxe.

Senhor, faz-nos fiéis a teu Filho e às causas pelas quais deu a vida. Não permitas que traiamos o amor e a compaixão por meio dos quais nos salvou. Amém!

Comentários

  1. Seja a Semana Santa oportunidade de reafirmar nosso amor e nossa fidelidade a Jesus. Não caia sobre nós a noite que nos rouba a esperança e a fé, impedindo-nos de gozar as alegrias da salvação que Cristo nos trouxe.

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  2. Leitura do Livro do Profeta Isaías.
    O amor não conhece limites. Deus confia ao servo, que chama antes de nascer, não só "restaurar as tribos de Jacó ", mas faz dele "luz das nações" para que sua salvação chegue até os confins da terra. Deus quer ver a humanidade toda salva.

    Para cumprir a missão Jesus busca somar forças e companheirismo dos discípulos. Fica " profundamente comovido " porque diz Ele: "Um de vós me entregará". Jesus comove não pelo horror que o esperava, mas por seu amor não conseguir manter junto de si um dos seus. E outro do seu companheiro te negará . É com pessoas, assim, frágeis, é com pessoas igual agente, que Ele continua contando : que erram, retormam-se, e mais que em si mesmos, confiam nele em seu invencível amor.

    Senhor, nos ajude que nessa Semana Santa a participar na Paixão de Cristo, sofrendo com os que sofrem, e assim nos faz fiéis ao teu Filho Jesus. E não nos permita trair o amor e a compaixão por meio dos quais nós salvou. Amém

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