O alimento da verdadeira vida

Quinta-feira da 3ª Semana da Páscoa

8 de maio de 2025

 

Leituras:

At 8,26-40

Sl 65(66),8-9.16-17.20

Jo 6,44-51

(Acesse aqui)

Por Pe. Geraldo Martins

Uma das dificuldades dos interlocutores de Jesus era compreender sua origem divina. Isso fica evidente quando o questionam por afirmar ter descido do céu (cf. Jo 6,42). Jesus esclarece que o Pai é quem atrai e conduz as pessoas a Ele – “ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrai” (Jo 6,44). Assim, da nossa intimidade com Deus Pai dependerá nossa adesão a Jesus Cristo. A fé se confirma, então, como dom do Pai a quem se dispõe a seguir Jesus. O Pai nos conduz ao Filho de tal forma que seria incoerente afirmar crer no Pai e rejeitar o Filho.

Jesus, por sua vez, nos conduz à vida eterna que é o convívio com o Pai em sua glória – “quem crê, possui a vida eterna” (Jo 6,47). Esta é a nossa meta, nosso horizonte último, nosso sonho vital. O caminho que nos conduz a este horizonte é a fé em Jesus que se faz pão de vida eterna. Crer em Jesus, portanto, implica alimentar-se de sua carne “que é dada como vida para o mundo” (Jo 6,51). Ele é o pão que nos garante a vida – “quem dele comer, nunca morrerá” (Jo 6,50).

Nesse ponto, o discurso de Jesus nos introduz no mistério da Eucaristia. Esta estabelece as relações entre nós e Jesus de tal forma que “celebrar a eucaristia significa para a Igreja possuir os sinais autênticos do conhecimento e do amor que unem o Filho ao Pai e que nos unem ao Filho” (Missal cotidiano). Alimentar-se da eucaristia é dispor-se a uma vida íntima com Jesus a ponto de se identificar com Ele, cristificando-se.

Pela eucaristia entramos em comunhão com o Pai e o Filho e, neles, em comunhão com os irmãos e irmãs a quem somos chamados a amar e servir. Alimentar-nos do pão da vida, que é Jesus, garante-nos a vida eterna na medida em que, como Cristo, nos fizermos pão para nossos irmãos e irmãs. Eucaristia se torna, então, compromisso com a vida do outro.

Por mais que a eucaristia seja ato pessoal e nos traga uma satisfação interior, ela só é autêntica quando nos faz sair de nós mesmos para ir ao encontro do outro a fim de servi-lo no amor. É nessa hora que a eucaristia nos garante a vida eterna.

Ó Pai, dignai-vos alimentar-nos sempre de vosso Filho, pão vivo descido do céu. Amém!