Estar no mundo sem ser do mundo

Quarta-feira da 7ª Semana da Páscoa

4 de junho de 2025

 

Leituras:

At 20,28-38

Sl 67(68),29-30.33-34.35-36

Jo 17,11b-19

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

Em sua oração em favor dos discípulos, Jesus faz dois pedidos ao Pai neste trecho do evangelho de João. O primeiro deles é guardar os discípulos a fim de que eles sejam um, tenham a alegria e sejam preservados do maligno.

Os discípulos devem buscar e viver a unidade não apenas entre si, mas também com o Cristo, que é um com o Pai. A comunhão entre o Pai e o Filho é a inspiração para a comunhão entre os seguidores de Jesus. Isso é causa de alegria entre eles – “digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada” (Jo 17,13).  

Esse pedido reveste-se de maior sentido quando, revendo a história, constatamos a divisão que se criou entre os cristãos. Esta divisão é “escândalo para o mundo”, na expressão do Concílio Vaticano II. Nasce também daí nosso compromisso de rezar continuamente pela unidade dos cristãos.

Esta unidade é para ser vivida no mundo, o lugar da missão de quem se faz discípulo. Por isso Jesus vai dizer: “não peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno” (Jo 17,15). Não ser do mundo, como afirma Jesus, significa ser vocacionado ao transcendente. Não podemos viver a vida aqui como se fôssemos destinados às coisas que passam, transitórias. Nossa missão, porém, se dá no mundo e só lograremos êxito com o auxílio do Pai que nos preserva do Maligno. É isso que lhe pedimos todo dia quando rezamos o Pai Nosso.

O segundo pedido de Jesus é que os discípulos sejam santificados ou consagrados na verdade. Santificar significa “separar para Deus”. Lembra o papa Francisco que “quem realmente quer se santificar para que a sua existência glorifique o Santo, é chamado a obstinar-se, gastar-se e cansar-se procurando viver as obras de misericórdia” (GE, 107). O caminho para isso é deixar-se guiar pela Palavra de Deus que é a verdade. É por ela que o discípulo se consagra a Deus.

Viver a unidade e ser consagrados na verdade, sem se deixar alienar, atuando no mundo sem se contaminar pelas coisas que contém e que não condizem com o Reino. Eis o pedido que Cristo faz ao Pai em nosso favor. Como temos correspondido a esse desejo do Cristo?

Senhor, envia-nos teu Espírito a fim de que nos fortifique na unidade, nos consagre na verdade e nos faça viver no mundo sem que por ele sejamos seduzidos. Amém!

Comentários

  1. Deus que é a verdade. É por ela que o discípulo se consagra a Deus.

    Viver a unidade e ser consagrados na verdade, sem se deixar alienar, atuando no mundo sem se contaminar pelas coisas que contém e que não condizem com o Reino. Eis o pedido que Cristo faz ao Pai em nosso favor. Como temos correspondido a esse desejo do Cristo?

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  2. Leitura dos Atos dos Apóstolos.
    Assim como os pastores estão sempre atentos na defesa do seu rebanho, do mesmo modo Paulo se entrega sem reserva no anúncio do evangelho.

    É preciso a cada um admirarmos a presença e ação de Deus na vida das pessoas e do mundo. As pessoas maduras olham com profundidade sua existência e a dos outros. Paulo não hesita em colocar com clareza diante dos seus, a responsabilidade da missão. E Jesus também, olhando para o futuro, recomenda o Pai os discípulos e todos os cristãos. Será que não temos ainda muito o que aprender para nos transtornarmos adultos e maduros em nossa fé?
    Desde o momento em que Cristo rezou, todos temos o dever, como cristão, de trabalhar em favor da unidade para que se torne, de fato realidade.

    Senhor, envia-nos o teu Santo Espírito e dai-nos a força de acreditar unidade, é consequência do amor e do perdão, e nos consagre na verdade e nos faça viver no mundo, sem nos deixar ser seduzido por ele. Amém

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