Corrigir sem julgar

Quarta-feira da 19ª Semana do Tempo Comum

13 de agosto de 2025

Santa Dulce dos Pobres – Memória


Leituras:

Dt 34,1-12

Sl 65(66),1-3a.5 e 16-17

Mt 18,15-20

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

Há páginas no Evangelho que parecem mais exigentes que outras. Esta de Mateus, que fala da correção fraterna, é uma delas. A dificuldade vem de um lado e de outro, ou seja, tanto de aceitar a correção, porque implica admitir o próprio erro, quanto de corrigir fraternalmente, porque exige acolhida e caridade.

O risco de nos colocarmos como juízes das pessoas, condenando-as sumariamente, é sempre maior. Quando isso ocorre, deixamo-nos levar pela presunção que nos cega para nossas próprias faltas. Assim, deixamos de ver as pessoas que erram como irmãs e irmãos a quem devemos amar para além da falta que tenham cometido. 

Jesus mostra que a correção fraterna possui um itinerário marcado pela discrição, respeito e ternura. Primeiro, sozinho, em particular; depois, com duas ou três testemunhas; por fim com a comunidade (a Igreja) a quem é conferido o mesmo poder que a Pedro, isto é, ligar e desligar na terra e no céu (cf. Mt 18,18). Isso, contudo, deve se dar na união e na oração (cf. Mt 18,19-20).

Só fica fora da comunidade quem, obstinadamente, opta por não se corrigir – “Se nem mesmo à Igreja ele ouvir, seja tratado como se fosse um pagão ou um pecador público” (Mt 18,17), isto é, como pessoas impuras com quem os judeus não podiam se relacionar. Lembremo-nos, porém, de que Jesus era visto como “amigo de publicanos e pecadores” (Mt 11,19).

Recordemos também que, no caminho da santidade, “ninguém se salva sozinho, como indivíduo isolado, mas Deus atrai-nos tendo em conta a complexa rede de relações interpessoais que se estabelecem na comunidade humana” (Gaudete ex Exsultate, 6).

Sou responsável pela santidade do outro. Como tenho vivido esse compromisso que nasce do evangelho?

Senhor, dá-me humildade para aceitar as correções quando assim o exigir meu comportamento. Assiste-me com teu espírito de sabedoria para, na caridade, exercer  a correção fraterna junto aos meus irmãos e irmãs na comunidade de fé. Amém!

Comentários

  1. Sou responsável pela santidade do outro. Como tenho vivido esse compromisso que nasce do evangelho?

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  2. Jesus nos ensina que é preciso ajudar o irmão a progredir no amor e no relacionamento com os outros., E desse modo ligamos o céu com a terra, e a terra com o céu.
    Nesse evangelho tem quatro pontos independentes. Primeiro ponto corrigir os irmãos mais em particular, se ele ouvir ganho o meu irmão, segundo ponto buscar ajuda com uma ou duas pessoas para que sirva de testemunha, se mesmo assim não tiver resultado, terceiro ponto buscar ajuda na Igreja se mesmo assim não conseguir aí ele tomou a decisão de ser desligado do céu, e o último ponto a importância da comunidade em nossa vida de discípulos discípulos. Se somos de Jesus e queremos viver como viveu, não podemos isolar-nos da comunidade. É ali junto dos irmãos e das irmãs que podemos estar também com Jesus aprender e viver como ele nos torna possível para nossa felicidade no amor e na ajuda mútua.

    Senhor, dai-nos humildade de aceitar as correções. Amém

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