O amor une para sempre

Sexta-feira da 19ª Semana do Tempo Comum

15 de agosto de 2025

 

Leituras:

Js 24,1-13

Sl 135(136),1-3.16-18.21-22.24

Mt 19,3-12

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins


Este texto de Mateus remete-nos a um dos temas mais caros à Igreja: o sacramento do matrimônio e, consequentemente, a família. Aqui se evidenciam as duas propriedades essenciais do casamento: a unidade e a indissolubilidade – “eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!” (Mt 19,6). Trata-se de um mistério que nos desafia diante de uma sociedade cada vez mais permissiva e relativista, sobretudo, em relação à compreensão e vivência da sexualidade humana.

Lembra o Papa Francisco, que, em hebraico, o verbo unir-se indica “uma estreita sintonia, uma adesão física e interior”, que recorda a união com Deus. No matrimônio, unir-se evoca a união “não apenas na sua dimensão sexual e corpórea, mas também na sua doação voluntária de amor” (Amoris Laetitia, 13). Assim, a indissolubilidade do matrimônio “não se deve entender primariamente como ‘jugo’ imposto aos seres humanos, mas como um ‘dom’ concedido às pessoas unidas em matrimónio” (Amoris Laetitia, 19). A unidade do matrimônio, por sua vez, "manifesta-se também claramente na igual dignidade da mulher e do homem que se deve reconhecer no mútuo e pleno amor" (GS, 49)

O amor, a fé e a fidelidade são como um tripé que sustenta o casamento. Descuidar desses valores é colocar em risco a vida conjugal e a família. Infelizmente, temos assistido a um crescimento da desestruturação familiar. Há mais de cinquenta anos o Vaticano II afirmava que “a poligamia, a epidemia do divórcio, o chamado amor livre e outras deformações” impedem que a dignidade da família resplandeça em toda parte com igual brilho (c.f GS 47).

Nem todos são capazes de compreender esses valores do casamento, resgatados em sua originalidade pelo Cristo. Aos que, por uma razão ou outra, não conseguem viver esse ideal proposto pelo Evangelho, a Igreja deverá ter sempre atitude de misericordiosa acolhida.

Ensina o Papa Francisco que “o olhar de Cristo, cuja luz ilumina todo o homem, inspira o cuidado pastoral da Igreja pelos fiéis que simplesmente vivem juntos, que contraíram matrimônio apenas civil ou são divorciados que voltaram a casar. Na perspectiva da pedagogia divina, a Igreja olha com amor para aqueles que participam de modo imperfeito na vida dela: com eles, invoca a graça da conversão; encoraja-os a fazerem o bem, a cuidarem com amor um do outro e colocarem-se ao serviço da comunidade onde vivem e trabalham” (Amoris Laetitia, 78).

Ó Pai, fazei que mulher e homem, vocacionados ao matrimônio, busquem viver sua união no amor e na fidelidade, construindo uma família que seja Igreja Doméstica e Santuário da vida. Amém!

Comentários

  1. Que Deus abençoe todas as famílias que vivem seu matrimônio no amor e por amor, sendo exemplo de Igreja doméstica.

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  2. a imagem do matrimônio usada por Jesus significa sua união com a igreja, ela como sacramento do reino; a qual devemos ser sempre fiéis.
    Jesus ensina que o amor entre marido e mulher é para sempre, criando entre eles uma união que vem de Deus e ninguém pode romper. Os discípulos ficaram assustados com essa maneira de ver o amor de Jesus e disseram que o melhor era não se se casar. Jesus não encanta com a resposta deles. E deixa bem claro, pra nós que só a partir do dom da fé que podemos acolher e acreditar neste amor definitivo.

    Senhor, olhe por todas as famílias consagradas ao matrimônio que saibam viver a unidade e na fidelidade. Amém

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