O caminho da vida eterna

Segunda-feira da 20ª Semana do Tempo Comum

18 de agosto de 2025

 

Leituras:

Jz 2,11-19

Sl 105(106),34-35.36-37.39-40.43ab e 44 (R. 4a)

Mt 19,16-22

(Acesse aqui)


Por Pe. Geraldo Martins

Todos alimentamos o desejo de possuir a vida eterna, entendendo-a como a glorificação desta vida. Diz Bento XVI: “O interrogar-se sobre o futuro definitivo que nos espera dá sentido pleno à existência, porque orienta o projeto de vida não para horizontes limitados e passageiros, mas amplos e profundos, que levam a amar o mundo, tão amado pelo próprio Deus, a dedicar-se ao seu desenvolvimento, mas sempre com a liberdade e a alegria que nascem da fé e da esperança. São horizontes que nos ajudam a não absolutizar as realidades terrenas, sentindo que Deus nos prepara um bem maior” (Mensagem para o Dia Mundial da Juventude – 28.02.2010).

Este desejo da vida eterna é sinal de que acreditamos na vida para além da morte. Com a ressurreição de Jesus, podemos afirmar essa verdade basilar de nossa fé. O erro de muitos, no entanto, é imaginar que a vida eterna acontece apenas após a morte quando, na verdade, ela começa a ser construída aqui na terra para se dar de forma plena e total depois de nossa partida deste mundo.

É preciso, portanto, conhecer o caminho que nos leva à vida eterna. Jesus é quem o aponta quando interrogado acerca disso por um jovem. Em sua resposta Jesus indica a necessidade de revermos nossa relação com os bens que possuímos, para além de conhecer e observar os mandamentos. É necessário desprender-se de tudo, partilhar com os pobres e seguir Jesus - "vai, vende tudo que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no céu" (Mt 19,21).

Só observa verdadeiramente os mandamentos quem vive a radicalidade do despojamento e da partilha proposta por Jesus. Alcança a vida eterna quem se torna discípulo de Jesus e responde ao chamado que Ele lhe faz - "Depois, vem e segue-me" (Mt 1921). “Muitas vezes fazemos o mínimo indispensável, enquanto Jesus nos convida a fazer o máximo possível. Quantas vezes nos contentamos com os deveres – os preceitos, algumas orações, e muitas coisas deste género – enquanto Deus, que nos dá a vida, nos pede impulsos de vida!” (Papa Francisco – 10.10.2021)

Quem, nesta vida, vive apegado aos bens que possui, indiferente ao pobre, seguindo a si mesmo e não a Jesus, mesmo que conheça os mandamentos, não experimentará o Reino. A decisão diante das exigências do Reino é pessoal e nem todos são capazes de tomá-la a favor de Jesus. A quem decide pelo próprio caminho, como o jovem do evangelho (cf. Mt 19,22), Jesus olha com compaixão (cf. Mc 10,21).

Ó Deus, pedimos-te a graça de uma conversão sincera que nos faça capazes do despojamento e da partilha e nos torne seguidores de teu Filho a fim de que habitemos, um dia, a pátria celeste. Amém!

Comentários

  1. Leitura do Livro dos Juízes.
    Os israelitas fizeram o que era mau aos olhos de Deus, se prostituindo traindo Deus.

    No chamado que Deus nos faz só é possível ouvi-lo se houver renúncia e desprendimento; e quem não está disposto a renunciar fica “triste “.
    Um jovem já vivia os mandamentos, ele queria saber o que mais ele poderia fazer para seguir Jesus, Jesus responde e o surpreende com a resposta se quer realmente me seguir vende tudo o que tens, dá aos pobres e me segue. O que dizer vende tudo? Renuncia a tudo, se liberta do apego fique livre pra me seguir. O convite de Jesus é pessoal é especial, para estar sempre em tudo com Ele.

    Senhor, nos ajude a renunciar e ter uma conversão sincera, e o desejo despojados e livres para seguir mais de perto, o teu Filho Jesus. Amém

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  2. Neste mês de agosto, peço ao Senhor que purifica meu coração para que eu possa tornar- me sempre livre das coisas terrenas que passam e impedem de ouvir e buscar sempre a voz de Deus.

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