Renovar o coração

Sexta-feira da 22ª Semana do Tempo Comum

5 de setembro de 2025

 

Leituras:

Cl 1,15-20

Sl 99(100),2.3.4.5 (R. 2c)

Lc 5,33-39

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Por Pe. Geraldo Martins

Havia três práticas de piedade muito caras aos judeus que continuam presentes na vida dos cristãos: a oração, a esmola e o jejum. Um dos motivos dos constantes conflitos dos doutores da lei e dos fariseus com Jesus dizia respeito à Lei, inclusive a que determinava o jejum. Daí o questionamento por que os discípulos de Jesus não jejuavam, desobedecendo a prescrição legal (Lc 5,33).

Muito apegados à letra da lei, esses dois grupos não compreendiam o novo trazido por Jesus que veio não para abolir a lei, mas para dar-lhe pleno cumprimento (cf. Mt 5,17). Em sua resposta, Jesus revela o mais importante: reconhecê-lo e aceitá-lo como o noivo que dispensa os convidados do jejum enquanto está com eles. Depois, sim, jejuarão de uma forma nova, centrada na interioridade mais que na exterioridade. Um jejum que se traduza na partilha e na solidariedade, fruto da compaixão com os empobrecidos. 

Essa passagem de São Lucas faz-me pensar em tantos irmãos e irmãs que, como os doutores da lei e os fariseus, parecem andar com lupa a caçar práticas que ferem a ortodoxia e a doutrina, colocando-se como seus juízes, julgando-se mais católicos que os demais. Beirando ao fundamentalismo e à intolerância, acabam por esquecer o Evangelho, evocando um Deus identificado mais com um juiz implacável que com um pai misericordioso e compassivo. Estão sempre vigiando quem pode e quem não pode comungar; quem pode e quem não pode ser padrinho/madrinha de batismo; quem vai e quem não vai à missa; quem participa de manifestações em defesa dos direitos humanos etc.

Urge que transformemos nossos corações a fim de que se tornem odres novos para acolher o vinho novo que Jesus nos oferece gratuitamente. Enquanto ficarmos apegados a tradicionalismos, privamo-nos da graça libertadora que Deus nos oferece em seu Filho Jesus. Deixemo-nos conduzir pela novidade que é o próprio Cristo e, então, todas nossas práticas de piedade farão sentido e nos renovarão.

Pai de amor, renova nosso coração a fim de recebermos o vinho novo do amor, do perdão, da misericórdia, da partilha e da compaixão que teu Filho nos trouxe. Perdoa nossas resistências ao novo e nosso apego a tradições que nos escondem teu verdadeiro rosto. Amém.

Comentários

  1. Pai de de bondade hoje lhe peço que nos dê o vinho novo do

    amor, renova nosso coração a fim de recebermos o vinho novo do perdão, da misericórdia, da partilha e da compaixão que teu Filho nos trouxe. Perdoa nossas resistências ao novo e nosso apego a tradições que nos escondem teu verdadeiro rosto. Amem!

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  2. Leitura da Carta de São Paulo aos Colossenses.
    Jesus é o primeiro dentre todas as criaturas, o primeiro de todos os que são destinados a experimentar a ressurreição, porque Nele está a plenitude divina.

    O novo tempo inaugurado por Cristo é o da nova Aliança, que nos traz a “presença do esposo “, por isso é tempo de alegria e de redenção, tempo da festa de amor.

    Senhor,renovai o nosso coração e nos ajude a acolher a novidade de vossas palavras. Daí-nos coragem de deixar tudo que for preciso para vos seguir pelos caminhos novos por onde leva a vossa Igreja, sem quer negociar vossas ofertas. Nos ajude a viver o vosso jeito que nada de fora possa nos atrair. Amém

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