Terreno, semente, fruto e nós

Sábado da 24ª Semana do Tempo Comum

20 de setembro de 2025

Santos André Kim Tae-gon, Paulo Chóng Hasang e companheiros – Mártires – Memória


Leituras:

1Tm 6,13-16

Sl 99(100),2.3.4.5 

Lc 8,4-15

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Por Pe. Geraldo Martins

No anúncio do Reino, Jesus deixa claro que traz a salvação para todos, porém, ela não acontece de forma mágica. Caberá a cada um acolhê-la ou não. A parábola do semeador evidencia isso ao comparar a Palavra com uma semente que o semeador deixa cair em vários terrenos, logrando frutos em apenas um deles. O problema não está na semente, que é sempre fértil, mas nos terrenos que, embora recebam a semente, não lhe oferecem condições para se desenvolver.

Ao explicar a parábola, Jesus diz que a semente é a Palavra de Deus. Ela é vida, força e luz. Os terrenos são os corações, destino da semente-Palavra. Observemos que todos os terrenos a recebem.  Há corações, no entanto, que, dominados pelo maligno ou vencidos pela tentação ou entregues à mundanidade, tornam-se improdutivos.

Para produzir fruto, a Palavra de Deus necessita de um “coração bom e generoso” (Lc 8,15), perseverante. Um coração que a guarde e se dedique a escutá-la e meditá-la. Para isso, é necessário tempo, silêncio, deserto. A Palavra de Deus exige certa exclusividade. Ela não pode disputar espaço com os afazeres cotidianos, com o barulho e outras atividades que tiram a concentração e impedem os corações de perceberem com profundidade o seu significado.

Constatamos com tristeza que, a exemplo da parábola, são muitos os que acolheram a Palavra e, com o passar do tempo, abandonaram-na e se desviaram do caminho do Reino. Pensemos, por exemplo, em quantos que receberam os sacramentos da Igreja e, hoje, vivem como se não os tivessem recebido, com práticas reprováveis, em direção oposta ao Reino.

Devemos nos perguntar constantemente: que tipo de terreno é o meu coração? A resposta a essa pergunta dirá se a Palavra de Deus que ouvimos produzirá frutos ou não. Bem preparado, todo terreno se torna apto a produzir frutos porque a semente que recebe é de qualidade e nunca falha. Portanto, produzir fruto ou não depende do terreno (coração), não da semente (Palavra), nem do semeador (Deus) que, mesmo correndo o risco de perder a semente, a lança em todos os terrenos.

Pai de amor, com generosidade lanças tua Palavra em nossos corações. Transforma-os em terrenos férteis a fim de que produzamos frutos que nos conduzam ao teu Reino. Não permitas que ouçamos tua Palavra em vão. Amém.

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