A oferta que vale

Segunda-feira da 34ª Semana do Tempo Comum

24 de novembro de 2025

Santo André Dung-Lac e companheiros mártires - Memória

 

Leituras:

Dn 1,1-6.8-20

Dn 3,52.53-54.55.56-57

Lc 21,1-4

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Por Pe. Geraldo Martins

Diante de Deus, o que vale é a medida do coração. A viúva ofertou tudo o que possuía. Praticamente nada. Mas, era seu tudo. Abre mão do quase nada que possuía para sobreviver e o oferta a Deus. Por isso recebe o elogio de Jesus.

Quem, ao contrário, oferece o que sobra, não recebe elogio. Jesus não disse que está errado. Diante de Deus, porém, tem mais valor a oferta que nasce do amor de um coração dedicado a Deus.

Assim, a mensagem principal deste texto de Lucas é a disposição para se doar na oferta que se faz. É isso que devemos aprender com esta viúva do evangelho. O egoísta nunca fará isso porque tem olhos apenas para si mesmo e para seus bens. Não tem sensibilidade para com o outro. O ganancioso também não aprende com a viúva porque só pensa em acumular.

Na sua pobreza, a viúva “entendeu que, se tiver Deus, tem tudo; sente-se amada totalmente por Ele e, por sua vez, ama-o também de modo total. Que bonito exemplo, aquela velhinha! Hoje Jesus diz-nos, também a nós, que a medida de juízo não é a quantidade, mas a plenitude. Não é questão de porta-moedas, mas de coração” (Papa Francisco – 8.11.2015). 

Não pensemos, contudo, que nossa oferta a Deus se resuma a dinheiro. Cada um de nós é convidado a olhar para os dons que recebeu e colocá-los inteiramente a serviço de Deus na pessoa dos irmãos, na vida de comunidade, no compromisso com a construção de um mundo novo, expressão do Reino de Deus entre nós. Quem se acomoda em sua zona de conforto e é indiferente ao clamor dos pobres por justiça e liberdade, trilha o caminho oposto da viúva que, em suas duas insignificantes moedas, entregou-se totalmente a Deus. 

Pai amado, dá-nos a graça de um coração desapegado, capaz de reconhecer-vos como nosso único bem a quem devemos nos entregar inteiramente, sem reservas. Amém!