Humano como nós

Quarta-feira da 3ª Semana do Advento
17 de dezembro de 2025

Leituras:
Gn 49,2.8-10
Sl 71(72),1-2.3-4ab.7-8.17
Mt 1,1-17
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Por Pe. Geraldo Martins


Próximo de morrer, Jacó reúne seus doze filhos e lhes anuncia o futuro de cada um deles com sua respectiva tribo, com destaque para Judá. Este terá a força da realeza simbolizada no leão (Gn 49,9), numa referência ao reinado de Davi, representado no cetro (Gn 49,10). Porém, depois de Davi virá outro rei a quem pertencem o cetro e o bastão e “a quem os povos obedecerão” (Gn 49,10).

Trata-se de “um rei ideal a quem caberá definitivamente o comando e de cujo reino farão parte outros povos. É a expectativa de um ungido (= Messias) por excelência, graças ao qual poderá realizar-se a tão esperada salvação” (Missal Cotidiano). Jacó vê Davi como aquele de quem descende o Messias. É a este que pertence o cetro, sinal de poder, mas um poder que se traduz no amor e no serviço, porque “para Deus reinar é servir a seus servos, feitos seus amigos” (Missal Cotidiano).

A genealogia de Jesus, narrada no evangelho, nos faz compreender melhor esse texto de Gênesis e nos dá a certeza de seu cumprimento. O que ela nos ensina ? Em primeiro lugar, ela nos mostra o desenvolvimento da história da salvação ao falar de cada geração que antecede o nascimento de Jesus. Em segundo lugar, mostra-nos que Jesus tem uma descendência plenamente humana. Ele tem sua raiz na história humana, não há como negar, portanto, sua humanidade. Além disso, aparecem algumas mulheres, coisa raríssima de acontecer na genealogia segundo a cultura judaica. São todas estrangeiras [Tamar, Raab, Rute e Betsabeia - "aquela que fora mulher de Urias" (Mt 1,6)] e consideradas pecadoras. Isso mostra, de forma antecipada, a solidariedade de Jesus com pecadores e revela que Ele é salvador de todos.

Comentando esse evangelho, disse o Papa Francisco: “Certa vez ouvi alguém que dizia: ‘Mas essa passagem do Evangelho parece uma lista telefônica!’ Mas não, é algo completamente diferente: essa passagem do Evangelho é história pura e de um tema importante. (...) Deus fez-se história. Está conosco. Caminhou conosco. (...) Quando Deus quer dizer quem é, diz: “Eu sou o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó”. Mas qual é o sobrenome de Deus? Somos nós, cada um de nós. (...) Ao aproximar-se o Natal, é natural pensar: se Ele fez a sua história conosco, se tomou o seu sobrenome de nós, se deixou que escrevêssemos sua história, nós, por nossa vez, deveríamos deixar que Deus escrevesse a nossa” (Casa Santa Marta, 17.12-2013). Somos capazes de fazer isso?

Ó Pai, a encarnação de teu Filho manifesta sua solidariedade com a humanidade a quem ama e salva. Escreve a história de nossa vida e abre nosso coração para acolher teu divino Filho no amor e na alegria. Amém!

Comentários

  1. Ó Pai, a encarnação de teu Filho manifesta sua solidariedade com a humanidade a quem ama e salva. Escreve a história de nossa vida e abre nosso coração para acolher teu divino Filho no amor e na alegria. Amém!

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  2. Leitura do Livro do Gênesis.
    Este texto mostra como Deus age em sua providência: “O Cetro não será tirado de Judá”. Somos convidados a obedecer aquele que vem. Temos obedecido o Filho de Deus o que venho, Jesus Cristo?

    A genealogia quer evidenciar o cumprimento da promessa: o Salvador é filho de Davi.
    Mateus apresenta a genealogia de Jesus. E nos surpreende. Na origem humana do Filho de Deus ele nos apresenta quatro mulheres: Tomar, Raab, Rute e Betsabé. Jesus Filho de Deus assume a nossa humanidade com todas as luzes e sombras e assim possamos ser o que o Pai quer de nós.

    Senhor Jesus, vós que viestes do seio do Pai e assim revestiu da nossa carne mortal, para escrever a nossa história. Abra o nosso coração para te acolher na alegria e no amor, e assim nos livra de toda mancha do pecado a nossa natureza enfraquecida. Amém


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