Comunidades ribeirinhas, testemunho de fé e amor à Imaculada Conceição (3)


III - De São Miguel para Biribinha
Pe. Geraldo Martins
Moradores de Biribinha conduzem a imagem até a capela da comunidade
 
Pouco antes das 8h do domingo, 13 de outubro, os Peregrinos da Imaculada já começam a se concentrar no Terminal Hidroviário de Humaitá para o embarque rumo a São Miguel. O barco ainda não está atracado. O sol quente obriga os grupos a procurarem uma sobra onde se abrigar.  Não durou muito a espera. Pouco antes das 8h30, o Vovó Ana estava no porto. Um a um, os cerca de cem peregrinos ocupam seus lugares no Vovó Ana, o mesmo que fez a primeira viagem dia 22 de setembro. Ajeitam as cadeiras, encontradas no barco ou trazidas de casa, ligam o som e, com o barco já descendo o Madeira (mais cheio que no último domingo a ponto de quase esconder as praias e pedras que surgiram por causa de sua baixa), começam as orações e cantos de louvor a Maria. 

A viagem é curta e rápida, cerca de uma hora. O coordenador da peregrinação alerta que será necessário fazer conexão para o acesso à comunidade, exigindo, assim, paciência e cuidado de todos. Próximo do local de destino, o fogueteiro do barco faz ecoar nos ares o aviso da chegada dos Peregrinos da Imaculada. 

Ao encontro do Vovó Ana vêm o Raimundo e o Moreira. O primeiro conduz uma rabeta que comporta até dez pessoas. A canoa do Moreira é maior e leva até vinte pessoas. “Primeiro vão os encarregados de animar a liturgia, depois vão os demais”, orienta o coordenador. Assim se faz e, rapidamente, o galpão da comunidade se enche, embora nem todos os peregrinos tenham deixado o Vovó Ana que vai para a outra margem do rio, mais profunda, onde ficará atracado até o fim da celebração.

A missa, a primeira da comunidade neste ano, começa por volta das 10h. É muito participada. Na homilia, os fiéis comentam o evangelho proclamado que narra a cura dos dez leprosos. O destaque fica por conta da gratidão do leproso curado que volta para agradecer Jesus. A comunidade lembra que devemos todos ser agradecidos a Deus pelas graças que Ele sempre nos concede.

Terminada a missa, é hora de se despedir da imagem de Nossa Senhora da Conceição. Raimundo, dona Cândida e Raimundo Neves contam como foi a visita da imagem a cerca de 70 casas durante uma semana. Segundo testemunharam, foram muito bem recebidos e as famílias não escondiam sua alegria com a presença da imagem. Todos aplaudem o belo testemunho dos três que dedicaram tempo integral à missão.

O coordenador da comunidade faz a oração de despedida da imagem, a bênção é dada e o andor sai em pequena procissão até a escada que dá acesso ao rio. Colocado na rabeta, é conduzido ao Vovó Ana sob a ameaça de uma tempestade se aproxima rapidamente. Dito e feito. Um grupo de vinte peregrinos teve que aguardar no galpão da comunidade, enquanto o Vovó Ana voltava para outra margem e aguardava passar a tempestade que veio com forte vento. Segurança é tudo. 

A viagem atrasa cerca de uma hora. Passada a chuva, cessado o vento, os retardatários embarcam e o Vovó Ana sobe o rio mais volumoso rumo à comunidade de Biribinha ou Laranjal. 

Viagem um pouco mais longe. Passava das 13h quando o andor subiu o perigoso barranco que dá acesso à comunidade. Aqui também foi necessário fazer conexão. Poucos desceram do Vovó Ana e acompanharam a imagem. Os estreantes na peregrinação - Ir. Ana, Ir. Edileuza e Frei Gabriel - foram convidados a compor a comitiva dos que levaria a imagem.

Na capela da comunidade, dedicada a São Sebastião, uma faixa dava boas vindas à imagem de Nossa Senhora da Conceição e aos peregrinos/as vindos de Humaitá. Dona Antônia, coordenadora da comunidade, não escondia sua satisfação. “Ontem tivemos a missa de Nossa Senhora Aparecida com padre Norberto”, contava feliz.

Espremidos na capela gostosamente enfeitada, crianças, jovens e adultos saudaram a Imaculada Conceição. Depositando flores em seus pés, membros da comunidade acolheram a imagem que ficará uma semana no local para visitar as famílias.

Sem delongas, por causa do atraso e do tempo chuvoso, os Peregrinos da Imaculada se despedem do povo de Biribinha, não sem antes lembrar que no domingo, dia 20 de outubro, retornam para celebrar a missa e buscar a imagem que será levada para Barreira de Cima. 

Já no Vovó Ana, a alegria e animação tomam conta dos peregrinos que cantam e dançam em clima muito familiar. O encontro com enormes balsas, umas descendo o Madeira para Manaus, outras em sentido contrário para Porto Velho, é a confirmação do quanto esse rio é importante para o Amazonas e para o Brasil. Preservá-lo é missão de todos! 

Às 15h, ainda sob fina chuva, os peregrinos desembarcavam cansados, mas alegres e felizes, já se programando para a próxima viagem, no domingo, 20 de outubro, às 7h30. 


No barco, equipe cuida dos últimos detalhes para a missa em S. Miguel
Vista parcial de S. Miguel: (da esquerda p/ direita) Escola, galpão e capela
Conexão para a comunidade de S. Miguel

Moreira conduzindo os peregrinos até a comunidade
Escada facilita o acesso à comunidade após o desembarque
A primeira missa celebrada em S. Miguel este ano. Momento da comunhão

Momentos finais da celebração da missa
A comunidade registra a despedida da imagem de N. S. Conceição
Raimundo, coordenador da comunidade, faz as orações de despedida

Descida do andor até o barco em direção a Biribinha

A canoa do Moreira leva a imagem e os peregrinos para o Vovó Ana

Após a chuva, os peregrinos se dirigem ao Vovó Ana para seguir a viagem

Andor com a imagem da Imaculada Conceição chega a Biribinha

Morador da comunidade carrega o andor de N. S. Conceição

Moradora da comunidade faz a oração de acolhida da imagem
As crianças acompanham atendas a chegada da imagem
Capela da comunidade: Sejam bem-vindos!

A comunidade se despede dos Peregrinos da Imaculada





































































































































Comentários

  1. Maravilhoso o testemunho de Fé e Amor deste povoado.
    Viva a mãe de Jesus!
    Onde reina o Amor Deus aí está🙏

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  2. "O encontro com enormes balsas, umas descendo o Madeira para Manaus, outras em sentido contrário para Porto Velho, é a confirmação do quanto esse rio é importante para o Amazonas e para o Brasil. Preservá-lo é missão de todos!" Salve as comunidades ribeirinhas!!!
    Abraço, mano, meu querido 'ribeirinho' em #missãohumaitá

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