A Palavra se faz vida

 


Quinta-feira – 27.08.20

Evangelho: Mt 24,42-51

 

Não poucas pessoas vivem a vida como se ela fosse um fim em si mesma. Não se preocupam com o Transcendente, nem acreditam no Absoluto. Entre os que professam a fé, muitos também vivem sua vida sem nenhuma preocupação com o mistério da salvação revelado por Jesus.

O tema da vigilância, apresentado por Jesus no evangelho proclamado na liturgia de hoje, é um alerta a todos nós sobre a necessidade de cuidarmos da espera de nosso encontro definitivo com o Pai. Quando Mateus escreve seu evangelho, corria em sua comunidade a informação de que Jesus estava para voltar imediatamente. A advertência de Jesus, segundo Mateus, conclama a comunidade dos crentes a estarem sempre preparados porque não se sabe o dia e a hora em quem Jesus voltará.

A vigilância não é uma espera passiva, como se aguardássemos a lotação no ponto de ônibus ou o atendimento médico numa fila. A vigilância evangélica se dá na luta, no compromisso com o projeto inaugurado por Jesus. Assim, vigilante é aquele/a que se compromete com a luta pela justiça, com a construção do bem comum, com o combate às desigualdades sociais e a violação de direitos, com a promoção e defesa da vida em todas as suas manifestações e expressões.

Isso fica claro no elogio que Jesus faz ao servo que cumpre com fidelidade o que lhe foi confiado. “Feliz aquele servo que o Senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado” (Mt 24,46). Longe de suscitar medo ou insegurança em seus interlocutores com a advertência sobre a necessidade d vigilância, Jesus os exorta à perseverança e os encoraja a enfrentarem com fé todas as situações do cotidiano.

Inspirem-nos a viver essa Palavra os profetas cuja páscoa celebramos hoje: dom Hélder Câmara (1999), dom Luciano Mendes (2006) e dom José Maria Pires (2017). Sua vigilância os levou ao compromisso com os mais pobres, defendendo-lhes os direitos e a dignidade e testemunhando o amor preferencial de Jesus que se fez pobre para nos enriquecer com sua pobreza (cf. 2Cor 8,9).

Ao Pai nossa prece: Fazei-nos, Senhor, vigilantes a fim de perceber vossa presença e ação no mundo e em cada um de vossos filhos e filhas. Nossa vigilância seja expressão de nosso amor e confiança em Vós, além de nos impulsionar para o serviço em favor de uma sociedade justa, fraterna e solidário, prenúncio do vosso Reino revelado por vosso filho Jesus.

Comentários

  1. Pe. Geraldo que sábias palavras.
    Que Deuss nos dê a graça de estarmos sempre nos preparando mediante a prática do bem, para nosso encontro com Ele.

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