Evangelho: Mt 24,42-51
Não poucas pessoas vivem a vida
como se ela fosse um fim em si mesma. Não se preocupam com o Transcendente, nem
acreditam no Absoluto. Entre os que professam a fé, muitos também vivem sua
vida sem nenhuma preocupação com o mistério da salvação revelado por Jesus.
O tema da vigilância, apresentado
por Jesus no evangelho proclamado na liturgia de hoje, é um alerta a todos nós
sobre a necessidade de cuidarmos da espera de nosso encontro definitivo com o Pai.
Quando Mateus escreve seu evangelho, corria em sua comunidade a informação de
que Jesus estava para voltar imediatamente. A advertência de Jesus, segundo
Mateus, conclama a comunidade dos crentes a estarem sempre preparados porque
não se sabe o dia e a hora em quem Jesus voltará.
A vigilância não é uma espera
passiva, como se aguardássemos a lotação no ponto de ônibus ou o atendimento
médico numa fila. A vigilância evangélica se dá na luta, no compromisso com o
projeto inaugurado por Jesus. Assim, vigilante é aquele/a que se compromete com
a luta pela justiça, com a construção do bem comum, com o combate às desigualdades
sociais e a violação de direitos, com a promoção e defesa da vida em todas as
suas manifestações e expressões.
Isso fica claro no elogio que
Jesus faz ao servo que cumpre com fidelidade o que lhe foi confiado. “Feliz
aquele servo que o Senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado” (Mt 24,46).
Longe de suscitar medo ou insegurança em seus interlocutores com a advertência
sobre a necessidade d vigilância, Jesus os exorta à perseverança e os encoraja
a enfrentarem com fé todas as situações do cotidiano.
Inspirem-nos a viver essa Palavra
os profetas cuja páscoa celebramos hoje: dom Hélder Câmara (1999), dom Luciano
Mendes (2006) e dom José Maria Pires (2017). Sua vigilância os levou ao
compromisso com os mais pobres, defendendo-lhes os direitos e a dignidade e
testemunhando o amor preferencial de Jesus que se fez pobre para nos enriquecer
com sua pobreza (cf. 2Cor 8,9).
Ao Pai nossa prece: Fazei-nos,
Senhor, vigilantes a fim de perceber vossa presença e ação no mundo e em cada
um de vossos filhos e filhas. Nossa vigilância seja expressão de nosso amor e
confiança em Vós, além de nos impulsionar para o serviço em favor de uma
sociedade justa, fraterna e solidário, prenúncio do vosso Reino revelado por
vosso filho Jesus.
Pe. Geraldo que sábias palavras.
ResponderExcluirQue Deuss nos dê a graça de estarmos sempre nos preparando mediante a prática do bem, para nosso encontro com Ele.