A Palavra de faz vida


Sexta-feira – 28.08.20

Evangelho: Mt 25,1-13

 

A parábola das dez jovens insensatas e prudentes são um convite à reflexão sobre como nos preparamos para o encontro definitivo com o Cristo. Essas jovens são símbolo dos cristãos que esperam o Cristo tal como a noiva que aguarda a chegada do noivo. Vimos que cinco delas eram insensatas, imprevidentes. Levaram suas lâmpadas, mas não se preocuparam com o óleo que as mantém acesas. Representam os cristãos que vivem a vida despreocupadamente, não alimentam sua fé, trilham o caminho da displicência, do descompromisso com o evangelho, desdenham da espiritualidade.

As cinco sensatas, que levam o óleo para abastecer suas lamparinas, simbolizam os cristãos que se esforçam por pautar sua vida de acordo com o evangelho, alimentando cotidianamente sua fé pela oração, pela meditação da Palavra, pelo serviço da caridade, pelo compromisso com a defesa da vida.

Uma interpretação rasa do texto poderia nos fazer pensar mal das jovens sensatas por não partilharem o óleo com as imprudentes. Ocorre que ninguém pode viver a fé para o outro e cabe a cada um alimentar a própria fé. À espera do Cristo, o noivo que vem, cada cristão deve estar preparado, vigilante, vivendo intensamente sua vida a partir da fé. Quem não quiser ouvir as duras palavras do noivo – “não conheço vocês” (Mt 25,12) – cuide de “gritar o evangelho com  a vida”, como dizia o beato Charles de Foucauld.

Santo Agostinho, cuja memória celebramos hoje, nos ensina com sua vida e testemunho que todo aquele que, verdadeiramente, encontra o Cristo, age como as jovens sensatas do evangelho. Carregam consigo o óleo do amor, da caridade, da oração e do serviço aos irmãos que mantém acesa a luz da fé e nos permite encontrar o noivo e banquetear com ele.

Com ele, rezamos ao Pai: “Tu és meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda não era (...). Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde de amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti. Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz”. Amém!

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