A Palavra se faz vida

Quinta-feira – 17.09.20

Evangelho: Lc 7,36-50

 

Impressiona como os gestos e atitudes de Jesus para com os pecadores e pobres incomodavam o grupo dos doutores da lei e dos fariseus. Enqu
anto estes veem aqueles como perdidos e condenados, Jesus os acolhe e perdoa, garantindo-lhes a salvação.

Na casa de um fariseu, à mesa, Jesus é tocado por uma mulher “conhecida na cidade como pecadora” (Lc 7,37). Não é Maria Madalena, nem Maria de Betânia, irmã de Marta (cf. nota da Bíblia de Jerusalém). Ela não tem nome e pode representar toda a humanidade, marcada pelo pecado. Sua atitude revela seu desejo de libertação que nasce de seu amor a Jesus.

O fariseu que recebe Jesus em sua casa coloca-se numa posição superior. Julga tanto a mulher – “é uma pecadora” (Lc 7,39), isto é, já está condenada, não tem salvação – quanto a Jesus – “se este homem fosse um profeta...” (Lc 7,39), ou seja, é um enganador, pois sequer consegue perceber quem é essa mulher e, pior, deixa-se tocar por ela. Esse fariseu representa os que julgam pela aparência, incapazes de ver o interior, portanto, fechados ao amor, à compaixão, à misericórdia.

Jesus, na parábola que conta ao seu anfitrião, que tem nome – Simão -, mostra que, na relação com Deus, o essencial é o amor. Este é que é, verdadeiramente, a fonte do perdão e da salvação, não a presunção, o orgulho e a prepotência. Ao perdoar os pecados daquela mulher, Jesus mostra não apenas seu poder divino – “quem é este que até perdoa pecados?” (Lc 7,49), mas também sua predileção pelos que a sociedade marginaliza, julga e condena.

Quem é o verdadeiro pecador que realmente acolhe a Jesus: a mulher que com humildade o envolve e tem para com ele gestos de total confiança e esperança ou o fariseu que, no alto de sua prepotência, à distância, julga e condena? O tom carinhoso com que Jesus se dirige ao seu anfitrião indica, porém, que também ele pode se salvar se amar muito. Assim, concluímos que o amor é, por um lado, causa do perdão e, por outro, resultado, efeito dele (Lc 7,47).

Deus misericordioso, dá-nos a capacidade de muito amar para também sermos perdoados dos muitos pecados que cometemos por causa de nossa fraqueza. Livra-nos de julgar e condenar e faz-nos merecedores do perdão e da salvação que vosso Filho nos trouxe. Amém.

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