A Palavra se faz vida

Sábado – 05.09.20

Evangelho: Lc 6,1-5

 

O sábado é sagrado para os judeus. Lembra o sétimo dia em que Deus descansou da obra da criação. Guardá-lo e santificá-lo é dever do povo de Israel, conforme determinado pelo Decálogo (Ex 20,8). Trata-se de um repouso semanal que deve ser consagrado a Deus criador. Nesse dia, “não farás nenhum trabalho, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu escravo, nem tua escrava, nem teu boi, nem teu jumento, nem qualquer dos teus animais, nem o estrangeiro que está em tuas portas. Deste modo o eu escravo e a tua escrava poderão repousar como tu” (Dt 5,14).

Com o passar do tempo, a interpretação e aplicação da lei, por parte de muitos, foram se tornando um peso e, ao invés de libertar e salvar, oprimia e excluía. No episódio narrado por Lucas, Jesus ensina o verdadeiro sentido da Lei: gerar vida.

Acusando os discípulos de Jesus de infligirem a lei do sábado, os fariseus cobram de Jesus por não corrigi-los. Jesus, no entanto, recorre às Sagradas Escrituras para ajudá-los a compreender o verdadeiro sentido da lei. E traz o exemplo de Davi que também desrespeitou a lei para saciar a fome dos jovens que o acompanhavam, alimentando-os com o pão consagrado, próprio dos sacerdotes (cf. 1Sm 21,1-7).

A mensagem central dessa passagem está na afirmação de Jesus: “O Filho do Homem é senhor também do sábado” (Lc 6,11). Assim, devemos nos colocar diante da lei e das normas sempre com liberdade, compreendendo que a vida e a dignidade humana é que devem ser protegidas sempre. No episódio do evangelho, cabe perguntar que atitude tomar diante da fome, num dia de sábado: colher as espigas, o que era proibido, ou ficar com fome? É como diz um autor, “a vida humana está acima de qualquer lei ou estrutura”.

Cristo, nosso Mestre e Senhor, dá-nos teu Espírito para que, com sua luz e sabedoria, nos ajude no discernimento que devemos no nosso compromisso de promoção e defesa da vida, da justiça e da solidariedade. Amém!