A Palavra se faz vida

Quinta-feira – 01.10.20

Evangelho: Lc 10,1-12

A caminho de Jerusalém, Jesus envia setenta e dois discípulos à sua frente a aldeias e povoados para anunciar-lhes a Boa Nova do Reino. Alguns aspectos sobressaem nesse envio. Em primeiro lugar, o alcance da missão. Ela deve chegar a toda extensão do mundo que Jesus chama de messe. Embora setenta e dois pareça um número grande, é insuficiente. Por isso Jesus orienta que supliquem a Deus, dono da messe, que mande mais trabalhadores para a colheita. 

O mesmo apelo continua válido ainda hoje. A sobrecarga que pesa sobre os ombros dos que se dispõem a evangelizar deve-se à falta de cristãos e cristãs batizados que assumam sua missão de operários e operárias da messe. Nunca é demais recordar que os trabalhadores da messe não se reduzem aos ministros ordenados ou aos de vida consagrada, mas são todos que, ouvindo o chamado de Cristo, colocam seus dons a serviço da comunidade: catequistas, animadores da liturgia, coordenadores de comunidade, agentes das várias pastorais e de tantos outros serviços necessários ao bem da comunidade.

Em segundo lugar, o destaque fica por conta das recomendações que Jesus faz aos missionários e missionárias enviados: viver a mansidão (cordeiros no meio de lobos – Lc 10,3), ser desapegado e pobre (Lc 10,4), ter espírito de paz (Lc 10,5), não fazer exigências e acolher o que for oferecido (Lc 10,7). Precisaríamos nos perguntar: estamos dispostos a isso? A final, não podemos ser missionários do nosso jeito, senão do jeito de Jesus. 

Em terceiro lugar, Jesus orienta os enviados a respeito do conteúdo da missão: curar os doentes e anunciar que o Reino de Deus está próximo. E, por fim, alerta sobre a rejeição que poderão sofrer e que, mesmo assim, o anúncio do Reino deve ser feito (Lc 10,11). Ao partir em missão, não pode nos faltar essa consciência de que não levamos nossa mensagem, mas a do Reino. Não pregamos a nós mesmos, mas a Jesus Cristo, único capaz de curar e salvar. 

O mês de outubro, na Igreja do Brasil, é especialmente dedicado à reflexão e vivência da missão. Em sua mensagem para o Dia Mundial das Missões deste ano, intitulada “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8), o papa Francisco lembra a urgência de nos apresentarmos para a missão, sobretudo, nesses tempos difíceis com o sofrimento causado pela pandemia.

Deixemo-nos interpelar pelas palavras do papa: “A missão é resposta, livre e consciente, ao chamado de Deus. Mas, este chamado só podemos senti-lo quando vivemos numa relação pessoal de amor com Jesus vivo na sua Igreja. Perguntemo-nos: estamos prontos a acolher a presença do Espírito Santo na nossa vida, a ouvir o chamado à missão quer no caminho do matrimônio, quer no da virgindade consagrada ou do sacerdócio ordenado e, em todo o caso, na vida comum de todos os dias? Estamos dispostos a ser enviados para qualquer lugar a fim de testemunhar a nossa fé em Deus Pai misericordioso, proclamar o Evangelho da salvação de Jesus Cristo, partilhar a vida divina do Espírito Santo edificando a Igreja? Como Maria, a Mãe de Jesus, estamos prontos a permanecer sem reservas ao serviço da vontade de Deus (cf. Lc 1, 38)?”

 

Comentários

  1. Ler "A Palavra se faz vida" é entender um pouco sobre como viver o amor a Deus. Obrigada!

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  2. Parabéns, abraço dos leitores do jornal O ESPETO, de nossa querida Mariana

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