A Palavra se faz vida

Segunda-feira – 19.10.20

Evangelho: Lc 12,13-21

O pedido de alguém a Jesus que se manifestasse a seu favor na partilha de uma herança enseja-lhe a oportunidade de alertar contra um mal que ronda todo coração humano: a ganância. “Ainda que alguém seja muito rico, sua vida não é garantida pelos seus bens” (LC 12,15), diz Jesus, mirando os que egoisticamente acumulam bens ignorando a carência e necessidade de seus irmãos e irmãs.

A parábola que Jesus conta mostra a insensatez de quem pensa que sua vida é garantida pelos bens que acumula. É a tradução mais evidente do egoísmo e da avareza que isolam a pessoa em seu mundo, fazendo-a pensar que ela basta a si mesma. Pessoas assim “ajuntam tesouros para si, mas não são ricas para Deus” (cf. Lc 12,21). São Paulo, escrevendo a Timóteo, vai afirmar que “a raiz de todos os males é o apego ao dinheiro” (1Tm 6,10). E quantos nos deixamos infectar por esse vírus...

O sistema que governa o mundo, centrado numa economia que estimula o acúmulo e a riqueza, leva o ser humano a prescindir-se do Transcendente e a esquecer-se de que somos todos irmãos e irmãs, corresponsáveis pela vida uns dos outros. O que explica a ganância e o acúmulo? Ao contrário do que alguns pensam, isso jamais significa desenvolvimento. Afinal, “o desenvolvimento não deve orientar-se para a acumulação sempre maior de poucos, mas há de assegurar ‘os direitos humanos, pessoais e sociais, econômicos e políticos, incluindo os direitos das nações e dos povos’”, ensina o Papa Francisco (Fratelli Tutti 122).

Senhor, livra-nos da tentação da ganância que fecha nosso coração aos irmãos e irmãs. Ensina-nos a prática da partilha e da solidariedade que nos torna ricos para ti e nos garante tua graça e teu amor. Amém.

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