A Palavra se faz vida

Quinta-feira – 22.10.20

Evangelho: Lc 12,49-53

Soa-nos estranho e até incompreensível ouvir Jesus dizer que veio trazer fogo à terra e divisão, em vez de paz (Lc 12,49.51). São afirmações que parecem contradizer o Jesus que conhecemos, pregador do amor, da paz, da unidade. Lucas, no entanto, nos ajuda a ampliar nosso conhecimento sobre a pessoa de Jesus ao apresentá-lo falando desse seu desejo de que o fogo que veio trazer já estivesse aceso, bem como que já se tivesse consumado o batismo que veio receber (Lc 12,49-50).

Esses dois desejos remetem-nos ao Espírito Santo (fogo) e à Cruz (batismo) numa referência à morte redentora de Jesus que se mostra ansioso, se assim podemos dizer, para que tudo se realize rapidamente em favor dos filhos e filhas de Deus. Trata-se de um fogo purificador, que nos renova por dentro e nos torna novas criaturas. O mesmo se dá no batismo que nos faz morrer para uma vida de pecado e renascer para uma vida nova.

Esse dom do Espírito, que nos vem com a ressurreição de Cristo, é que nos transforma. Por isso, causa divisão uma vez que exige decisão a favor ou contra Jesus. Compreende-se, assim, a afirmação seguinte de Jesus que se apresenta como quem veio trazer a divisão e não a paz.

Nossa opção por Jesus comporta rupturas com todo estilo de vida que se opõe aos valores do Reino e nem todos estão dispostos a isso. Dentro da própria família pode surgir, então, a divisão. “Pode acontecer que nós também tenhamos que perder amizades, relacionamentos, prestígio, sem falar de negócios e poder, se nós optarmos pelo seguimento de Jesus. O discípulo não é maior do que o mestre, e se Jesus teve que passar por este batismo, que custou muito, nós, os seus seguidores e seguidoras, podemos esperar que possamos ter a mesma experiência” (Tomaz Hughes).

“Batiza-me Jesus
com o sol e a brisa
de tua graça cotidiana,
discreta criação
escorrendo por minha fronte

Submerge meu corpo
na bondade do povo
que corre pelo leito
de seus caminhos fundos,
abertos com seus pés
de trabalho e encontro.

Veste-me de branco
ao emergir das águas
respiração contida,
e acolhe-me em teu peito
com o abraço comunitário
de mil braços abertos.

Unge-me a fronte
com tua cruz de sofrimento,
e unge-me o peito
com a dor do povo.
Carregarei até o calvário
a cruz de teu mistério”

(Benjamin Gonzalez Buelta)

 

Comentários

  1. Reflexão que nos ajuda na opção por Jesus Cristo. Que o fogo do seu amor reacenda nossa fé e esperança

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  2. Reflexão q sempre nos ensina a amar como Jesus amou!!🙏

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  3. Reflexão que sempre nos ensina a amar como Jesus amou. 🙏
    Obrigada mano!!

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