A Palavra se faz vida

Sábado – 24.10.20

Evangelho: Lc 13,1-9


É muito comum as pessoas verem tragédias e desgraças como castigo de Deus aos pecadores. Quem assim faz acaba por se colocar numa posição superior às vítimas de tais desgraças, além de cultivar uma imagem de Deus que não corresponde ao que realmente Ele é. Entende-se, assim, a palavra de Jesus aos que lhe contam a tragédia ocorrida com alguns galileus assassinados por Pilatos – “Pensam que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus por terem sofrido tal coisa? Eu lhes digo que não” (Lc 13,2).

O apelo à conversão vem em seguida – “Se vocês não se converterem, irão morrer todos do mesmo modo” (Lc 13,3). A verdadeira morte só a experimenta quem não é capaz de mudar de vida e voltar-se para o Senhor. A conversão, portanto, significa uma nova direção à própria vida quando esta trilha caminhos contrários à vontade de Deus. E quantas vezes nos pegamos andando por esses caminhos! Basta um pequeno descuido e lá vamos nós na trilha do pecado. O mais grave é que muitos nem se dão conta disso... 

A conversão, portanto, é condição para entrar no Reino de Deus e ninguém pode se julgar tão justo e santo que não precise converter-se cotidianamente. 

No processo de nossa conversão, experimentamos a paciência de Deus, conforme a parábola da figueira que Jesus conta logo em seguida. Tal como a figueira, nossa vida só tem sentido se der frutos. O destino de quem não dá fruto é a morte – “Corte-a! Por que deve ela ocupar o terreno inutilmente?” (Lc 13, 7). Palavras duras que deveriam nos fazer tremer.

A paciência de Deus, traduzida também como longanimidade, é a prova de seu amor para conosco e tem como fim a nossa salvação como ensina São Pedro (2Pd 3,15). Não pensemos, portanto, que podemos viver a vida de nosso jeito sem que um dia sejamos cobrados por nossos atos. O amor e a paciência de Deus não nos eximem de nosso dever de produzir frutos, antes, pelo contrário, fazem aumentar nosso compromisso com uma vida totalmente voltada para os valores do Reino.

Senhor, perdoa-nos quando não buscamos a conversão e, por isso, deixamos de produzir os frutos que esperas nós. Tem paciência conosco e concede-nos tua graça benigna a fim de que não vivamos a vida inutilmente. Amém!

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