Terça-feira – 06.10.20
Evangelho: Lc
10,28-42
O frenesi do dia a dia é a grande desculpa da maioria das
pessoas para não se identificarem com Maria, irmã de Marta, que escolhe parar
tudo para ouvir o Mestre. Ela “escolheu a melhor parte” (Lc 10,42), diz Jesus.
A agitação cotidiana que nos obriga a dar conta de tantas tarefas rouba-nos o
tempo e nos impede de perceber que “apenas uma coisa é necessária” (Lc 10,42):
contemplar o mistério divino que se nos revela em Jesus.
Há muitas pessoas que se orgulham de sua agenda lotada de
compromissos. Ociosidade é palavra fora de seu dicionário. Não sabem “perder
tempo” com a família, com os filhos, com os amigos, com Deus... Isso ocorre
também na Igreja, com os ministros ordenados, com os agentes de pastoral. São tantas
atividades que não sobra tempo para contemplar o mistério, para rezar a vida,
para entrar na intimidade do Senhor.
O isolamento social imposto pela pandemia deveria nos ajudar
a perceber o quanto a meditação e a contemplação fazem falta em nossa vida. O
sistema capitalista nos impõe um ritmo desumano e nos transforma em máquinas
sem que a gente perceba. Levados pela ânsia de produzir e consumir, deixamos de
contemplar o belo que se revela no profundo de Deus e das coisas por Ele
criadas.
Conciliar ação e contemplação é a tarefa de quem quer ter
uma vida saudável, íntima com Deus e responsável com os irmãos e irmãs. Saber
colocar-se aos pés do Senhor e ouvi-lo serenamente é a maneira de adquirir
força e sabedoria para viver a vida e enfrentar as situações adversas que a
própria vida nos reserva. Perguntemo-nos: diante do Senhor, que atitude temos
tomado: de Marta ou de Maria?
Senhor, ensina-nos o caminho da ação na contemplação e da contemplação na ação a fim
de que, repletos de vosso amor e ternura, nos dediquemos a servir nossos irmãos
e irmãs. Perdoa-nos quando nos deixamos levar pelo excesso de atividades e
preocupações e não dedicamos tempo a ouvir, meditar e contemplar vossa Palavra.
Amém.
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