A Palavra se faz vida

Quinta-feira – 08.10.20

Evangelho: Lc 11,5-13

A caminho de Jerusalém, Jesus serve-se de um fato corriqueiro para ensinar seus discípulos que a oração deve ter a marca da persistência. Conta a história de uma pessoa vai à casa de um amigo, à noite, para lhe pedir pão emprestado e só o consegue por causa da insistência. 

A conclusão de Jesus aplica-se na nossa relação com Deus na oração: pedir, bater e procurar. Quem assim age não se decepciona.

Deus, por pura bondade, dispensa suas graças e bênçãos a quem o invoca. Essa é a garantia de que nos atende em nossas orações. Jesus deixa isso claro quando lembra que, se as pessoas que nem sempre fazem o bem são incapazes de dar coisas más aos filhos (Lc 5,13), Deus, num grau infinitamente superlativo, só dará coisas boas aos que a Ele recorrem. Por isso, nenhum de nós deve ter escrúpulos em apresentar-lhe as próprias necessidades e de maneira insistente, perseverante.

A oração deve ocupar lugar especial na vida dos cristãos e cristãs. Entendida como um diálogo amoroso, a oração é um modo de estar diante de Deus para ouvi-lo e para falar-lhe. Muitos costumam mais falar de Deus do que falar com Deus ou falar a Deus. Por isso, nem sempre sentem que são atendidos em suas preces.

Não há dúvidas de que as fórmulas nos ajudam muito a rezar. Contudo, é importante também nos colocarmos numa atitude espontânea diante de Deus, falando-lhe de nosso interior, daquilo que nos perturba ou nos alegra, apresentando-lhe nossas necessidades e carências, prestando atenção ao modo como Deus nos responde, afinal, em tudo, deve prevalecer a vontade dele como, em outra passagem, nos ensina Jesus: “contudo, não seja feita a minha vontade, mas a tua” (Lc 22,42).

Sobre a oração, ensina-nos Tertuliano (séc. III): “Só a oração vence a Deus. Mas Cristo não quis que ela servisse para fazer mal algum; quis antes que toda a eficácia que lhe deu fosse apenas para servir o bem. Consequentemente, ela não tem outra finalidade senão tirar do caminho da morte as almas dos defuntos, robustecer os fracos, curar os enfermos, libertar os possessos, abrir as portas das prisões, romper os grilhões dos inocentes. Ela perdoa os pecados, afasta as tentações, faz cessar as perseguições, reconforta os de ânimo abatido, enche de alegria os generosos, conduz os peregrinos, acalma as tempestades, detém os ladrões, dá alimento aos pobres, ensina os ricos, levanta os que caíram, sustenta os que vacilam, confirma os que estão de pé”.

Senhor, ouve nossa oração, concede-nos as graças de que necessitamos e ensina-nos a cumprir tua vontade. Amém!

Comentários

Postar um comentário