A incredulidade que se fecha à graça
Mc 8,11-13
Se em Mateus (16,1-4) Jesus evoca o sinal de Jonas, aqui, em
Marcos, Ele se nega a oferecer qualquer sinal, deixa os fariseus com sua
incredulidade e parte para outro lugar. Essa atitude de Jesus faz-me lembrar
Eclesiastes ao dizer que há “tempo de falar e
tempo de calar” (Ecl 3,7). Jesus não cede à provocação de seus
adversários, tampouco insiste para que mudem de posição uma vez que têm o
coração fechado, incapaz de acolher a verdade revelada por Jesus. Nesse caso, o
silêncio é mais eloquente que as palavras.
A atitude desses fariseus remete-nos a grupos radicais que,
colocando-se como guardiães da moral e dos bons costumes, são incapazes de
compreender a misericórdia de Deus em relação a tantas pessoas e situações
contrárias ao que pensam. Não temem colocarem-se até mesmo contra o papa e os
bispos, como vemos ocorrer em várias ocasiões. E é triste ver que esses grupos
conseguem não poucos seguidores...
Diante disso, inspira-nos a atitude de Jesus que,
respeitando os que preferem fechar os olhos e corações à novidade que Ele trouxe,
opta pelo silêncio e “parte para outra margem”, ou seja, vai ao encontro de
quem, verdadeiramente, esteja aberto à graça da salvação de que Ele é portador.
Deus nos livre da incredulidade que nos fecha à sua graça,
ao seu amor e à sua presença em nós.
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