A misericórdia que escandaliza
Lc 5,27-32
Ao chamar Levi (Mateus) e sentar-se à mesa com os pecadores na casa de seu mais novo discípulo, Jesus ensina o caminho da misericórdia que derruba o muro do preconceito e da intolerância. Enquanto este julga e condena as pessoas, aquela as acolhe e liberta. E tudo começa pelo olhar. Diz Lucas que Jesus “viu um cobrador de impostos” (Lc 5,27). Fosse um olhar preconceituoso e condenatório, Levi, certamente, não teria deixado tudo, levantado e seguido Jesus (cf. Lc 5,28).
Ensina o papa Francisco que “os olhos de Jesus fixaram-se
nos de Mateus” e que “era um olhar cheio
de misericórdia que perdoava os pecados daquele homem e, vencendo as
resistências dos outros discípulos, escolheu-o, a ele pecador e publicano, para
se tornar um dos Doze” (Misericordiae Vultus, n. 20).
A misericórdia é, portanto, a chave de leitura deste chamado
que escandaliza os fariseus e doutores da lei. A estes, nesse mesmo episódio
narrado por Mateus, Jesus vai dizer: “aprendam o que significa: misericórdia é
o que eu quero, e não sacrifício” (Mt 9,13). Assim, entre os pecadores, Jesus revela-se,
de maneira esplêndida, como “o rosto da misericórdia do Pai” (Misericordiae
Vultus, n. 1).
Com sua atitude, “Jesus fala mais vezes da importância da fé
que da observância da lei” e “diante da visão de uma justiça como mera
observância da lei, que julga dividindo as pessoas em justos e pecadores, Jesus
procura mostrar o grande dom da misericórdia que busca os pecadores para lhes
oferecer o perdão e a salvação. Compreende-se que Jesus, por causa desta sua
visão tão libertadora e fonte de renovação, tenha sido rejeitado pelos fariseus
e os doutores da lei. Estes, para ser fiéis à lei, limitavam-se a colocar pesos
sobre os ombros das pessoas, anulando porém a misericórdia do Pai. O apelo à
observância da lei não pode obstaculizar a atenção às necessidades que afetam a
dignidade das pessoas” (Misericordiae Vultus, n. 20).
Como os fariseus e doutores da lei, ainda são muitos os que
se escandalizam com a misericórdia do Pai. A reação de alguns grupos à Campanha
da Fraternidade deste ano, que nos convida ao diálogo amoroso para vencer as
intolerâncias e as violências, é um exemplo de como isso acontece nos tempos
atuais.
Diante deste evangelho, é inevitável que nos indaguemos: a misericórdia do Pai, revelada em Jesus, nos escandaliza? A Quaresma nos ajude em nossa conversão.
Amém! Bom dia!
ResponderExcluir
ResponderExcluirSábias palavras que nos ajudam a abrir os olhos para a nossa vida e avaliarmos como estamos nos comportando nas nossas relações com o nosso próximo.
Bom dia com misericórdia!
ResponderExcluirAmém! Q o testemunho de Jesus nos ensine sempre a nos despir de tda e qualquer forma de preconceito e intolerância, em relação ao nosso próximo mais próximo.
ResponderExcluirBom dia com o amor de Deus
ResponderExcluirBela reflexão. Que sejamos capazes de olhar com os olhos de Jesus!
ResponderExcluirQue maravilha de reflexão! Jesus nos mostracomo devemos tratar o próximo.colocando a misericórdia em ênfase.. Isso é o que quase não acontece.
ResponderExcluirObrigado Senhor, pela infinita Misericórdia com que Cuida de todos nós.
ResponderExcluirSenhor dá- me a graça de saber usar o diálogo e entender a misericórdia
ResponderExcluir