Em busca de um sinal
Lc 11,29-32
Por Pe. Geraldo Martins
Quando uma pessoa se envolve numa relação que ela desconhece, fica insegura, desconfiada e com medo. Sua saída, para ter um mínimo de certeza de que não está entrando numa situação embaraçosa, é pedir à outra parte um sinal, ou seja, uma prova de que fala e age de forma verdadeira. Todos agimos assim diante do desconhecido, daquilo que é novo e escapa à nossa compreensão.
Essa foi a atitude de alguns diante de Jesus ao lhe pedirem que fizesse um sinal, isto é, um milagre, como prova de que age em nome de Deus. Lucas não
diz quem faz isso, ao contrário de Mateus que registra o pedido como tendo sido
feito por “alguns fariseus e doutores da lei” (Mt 12,38). Jesus reage de forma
um pouco dura e classifica os que assim procedem de “geração má” por exigir um
sinal como condição para crer nele (Lc 11,29).
Jesus evoca, então, o sinal de Jonas cuja pregação serviu de
sinal para a conversão da cidade de Nínive. Isso na versão de Lucas, porque, em
Mateus, o sinal de Jonas está ligado mais ao fato de o profeta ter ficado “três e três noites
no ventre do monstro marinho” (Mt 12,40), numa clara referência à ressurreição
de Jesus após três dias de sua morte. Este é o maior sinal de Jesus. Além disso, recorda a rainha de Sabá,
estrangeira, que visita Salomão e reconhece e admira sua grandeza e sabedoria
(cf. 1Rs 10,1-10).
O discurso de Jesus é uma resposta à incredulidade dos
que colocam condições para acolhê-Lo e aceitá-Lo como vindo da parte de Deus.
Sua indignação não é sem razão, afinal, já fizera tantos sinais e, ainda assim,
alguns exigem uma espécie de milagre exclusivo, excepcional. Jesus não cede ao seu capricho,
diz que o sinal já foi dado, mas nem todos o compreendem porque têm o coração
fechado. Estaríamos incluídos entre esses grupo?
Agimos como esses incrédulos e nos identificamos como uma
geração “má e adúltera” (cf. Mt 12,39), repreendida por Jesus, quando tentamos
enquadrar Deus, colocando condições para acreditar na sua bondade e no seu
amor. Quando, no interesse de que prevaleça nossa vontade, ficamos como cegos
diante dos sinais que Deus realiza em nossa vida como prova de seu cuidado conosco. E são tantos!...
Deixemo-nos guiar pela luz do Espírito a fim de que saibamos
perceber os sinais de Jesus que nos apontam o Reino de Deus que Ele mostrou presente
entre nós. Precisamos nos despir do preconceito, da intolerância, da presunção e de
tudo que constrói muros a nos separar do outro, o grande sinal que nos comunica
e nos leva Deus. Estamos dispostos a isso? Eis o sinal de nossa conversão!
Bom dia Padre, obrigada por mandar o Evangelho de uma forma que me faz refletir, Deus abençoe
ResponderExcluirA geração que não reconhece o sinal de Deus vive na maldade e na hipocrisia
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue o Espírito Santo nos dê sabedoria para enxergarmos a luz que nos conduz a Jesus!
ResponderExcluirObrigada Pe. Geraldo, pela forma tão clara de nos explicar o evangelho.
Obrigado Pe. Geraldo pela partilha da Palavra de Vida.Neste tempo de preparação para a Páscoa do Senhor sentimos um forte apelo a conversão e temos a certeza de contarmos com sua graça.
ResponderExcluirUm abraço grande.
"Deixemo-nos guiar pela luz do Espírito".
ResponderExcluirQue sejamos guiados pela luz do Espírito Santo,para percebermos os sinais que Jesus nos aponta que é o Reino de Deus. que nunca sejamos incrédulos. Quero deixar aqui o meu agradecimento ,o senhor não imagina o bem que me faz ,com seu belo ensinamento principalmente enviando o evangelho ,que está enriquecendo o meu aprendizado.Deus lhe pague grandemente .
ResponderExcluirReflexão bem oportuna e necessária, sobretudo nesses tempos em q mto se tem chamado atenção pra nsa responsabilidade c a vida do outro, em tempos de pandemia...e mtos continuam delegando à Deus a parte q deveriam assumir.
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