A Palavra se faz vida

O cumprimento da Lei

Mt 5,17-19

 Por Pe. Geraldo Martins

A Lei e os Profetas, isto é, o Primeiro (Antigo) Testamento, são para os judeus a garantia de se chegar a Deus e ao seu Reino. Ignorá-los ou refutá-los é colocar-se em direção oposta à vontade divina e, consequentemente, ao seu Reino.

Jesus, que inaugura o Novo Testamento, tem consciência disso, mas sabe também do desvirtuamento que a Lei e os Profetas sofreram ao longo da história, por isso explica que veio, não para dar-lhes um fim, senão o pleno cumprimento. Revela, assim, a unidade que há entre o Antigo e o Novo Testamento.

No aperfeiçoamento da Lei em vista da justiça e da vida, Jesus coloca o amor no centro e como o resumo de tudo. Aquele que o pratica em sua dupla dimensão - amor a Deus e aos irmãos -, cumpre a justiça do Reino e garante a vida e a dignidade dos irmãos e irmãs. Este mandamento é para ser vivido e ensinado. Quem o pratica e ensina outros a fazê-lo é grande no Reino, porque faz de Deus o centro de sua vida, deixando-se guiar por Ele. Somos, então, responsáveis não só por praticar, como também por ensinar esse mandamento aos irmãos.

Nesse contexto é que devemos entender as atitudes de Jesus que contrariam a Lei, por exemplo, curando em dia de sábado ou tocando os impuros. Ele não ensina a desobediência à Lei, mas seu aperfeiçoamento a fim de fazer que ela volte a ser caminho que conduz a Deus, isto é, a via da justiça. Torna-se para nós, então, inspiração de como devemos proceder diante de leis que desrespeitam a vida e não garantem justiça, ou seja, conclama-nos a lutar sempre por leis que, verdadeiramente, defendam a vida e a dignidade humana.