A Palavra se faz vida

A oração que justifica

Lc  18,9-14

Por Pe. Geraldo Martins

A oração revela quem somos a partir do modo como nos colocamos diante de Deus. É o que indica o texto de São Lucas ao apresentar dois modelos de oração, personificados no fariseu e no cobrador de impostos que vão ao templo para rezar. O primeiro traz a marca da presunção ao julgar-se melhor do que os outros por cumprir os preceitos da lei e vangloria-se disso. Já o publicano assume uma posição de humildade, reconhecendo-se pecador e, por essa razão, suplica misericórdia de Deus e nela crê.

A sentença de Jesus em relação ao fariseu e ao publicano – “este último voltou para casa justificado, o outro não” (Lc 18,14) – convida-nos a avaliar como trilhamos o caminho da santidade a que somos chamados. Recorda-nos que só seremos justificados se fizermos da humildade nosso ideal de vida. É por meio desta virtude que reconhecemos o nada que somos e que só através da graça de Deus seremos capazes de superar o pecado que mancha nossa vida.

Deus não habita um coração orgulhoso, tomado pela presunção e pela autossuficiência de quem já se julga santo e confia nas próprias forças para alcançar o reino, como se dispensasse a graça de Deus.  Exorta-nos o papa Francisco que “a falta de um reconhecimento sincero, pesaroso e orante dos nossos limites é que impede a graça de atuar melhor em nós, pois não lhe deixa espaço para provocar aquele bem possível que se integra num caminho sincero e real de crescimento” (Gaudete et Exsultate, n. 50). Eis a diferença entre o fariseu e o publicano.

Atitudes como a do fariseu refletem o “mundanismo”, característica de quem “só confia nas suas próprias forças e se sente superior aos outros por cumprir determinadas normas ou por ser irredutivelmente fiel a um certo estilo católico próprio do passado” (Evangelii Gaudium, n 94).

Perguntemo-nos, com sinceridade, se não engrossamos a fila dos que pensam e agem assim e supliquemos a Deus que nos livre da tentação da autossuficiência e da vanglória que nos lançam no escuro abismo de quem vive sem a graça e o amor divinos. Revistamo-nos de sincera humildade, caminho seguro de nossa participação na santidade de Deus.

 

 

Comentários

  1. Que possamos abrir o nosso coração a Deus

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  2. Que Deus me dê a graça de revestime da humildade sincera,sem nunca vangloriar - me colocando - me acima de todos nunca reconhendo que sou pecadora.

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  3. Que Deus me da muita sabedoria e humildade pra levar a palavra de Deus,reconhecendo que sou pecadora

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  4. Senhor, peço misericórdia e imploro sabedoria para viver de acordo com os ensinamentos que de graça me destes. Amém!

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  5. A oração verdadeira nos humilha, nos faz humildes e nos coloca diante da presença de Deus.

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