É impossível ficar indiferente aos ensinamentos de Jesus. Na
festa das Tendas, em Jerusalém, de novo, Ele é causa de divisão entre as
pessoas por causa de suas palavras. Enquanto alguns o reconheciam como “o
profeta” e “o Cristo” (Jo 7,40-41), outros se recusavam a crer nele e afirmavam
que Ele não era o Messias por ter vindo da Galileia, supondo que tivesse
nascido ai e não em Belém, como era a promessa divina.
Diante desse impasse, a solução que encontram é a violência –
“alguns queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs a mão” (Jo 7,44). Trata-se de
uma resposta própria de quem, para justificar sua incredulidade, usa de
subterfúgios ao invés de se abrir à verdade. Vemos isso na atitude dos chefes
dos sacerdotes e fariseus que acusam tanto os guardas quanto Nicodemos de terem
aderido a Jesus, sendo “enganados” por Ele, afinal, nenhum dos 'grandes' acreditou nele.
A afirmação dos guardas – “Ninguém jamais falou como este
homem” (Jo 7,46) – é o ponto alto desta passagem. Ela identifica bem a pessoa de
Jesus e explica o encantamento que provoca na maioria das pessoas. De fato, se
nos detemos nos ensinamentos de Jesus e os meditamos profundamente, seremos
seduzidos por Ele e tudo em nossa vida se modificará. Contudo, é necessário
despojamento e abertura ao novo. Os fariseus já se julgavam conhecedores de
tudo – isso fica evidente quando censuram Nicodemos por tomar a defesa de
Jesus: “vai estudar e verás que da Galileia não pode surge profeta” (Jo 7,53) –
e, tomados pelo orgulho e pela presunção, tornam-se cegos diante das evidências
de que Jesus é o Messias.
Jesus continua causando divisão ao longo da história, mesmo
entre os que se dizem seus discípulos. Não são poucos os que usam o Evangelho
para justificar situações e circunstâncias que contradizem o projeto de vida e
de justiça inaugurado por Jesus. Apegados a tradições que já não respondem aos
desafios dos tempos atuais, perdem a capacidade de reconhecer Jesus que nos
fala nos pobres, nos simples, nos que são constantemente ameaçados em sua vida
e dignidade.
Reconhecemos que “ninguém jamais falou como Jesus” na medida
em que assumimos as causas que Ele defendeu e nos comprometemos com a defesa da
vida e do direito dos excluídos e descartados como Ele fez.
Que sejamos libertos da presunção e da autossuficiēncia para vivermos conforme os ensinamentos de Jesus. Amém!
ResponderExcluirJesus nos abençoe e ilumine para que entronizemos tudo que ele nos ensinou, amar ao próximo como a nós mesmos.
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