A profecia em favor da vida
Mt 21,33-43.45-46
É admirável a coragem profética de Jesus que se serve de uma parábola para condenar, de forma exemplar, as lideranças religiosas por não cumprirem com fidelidade sua missão. Os elementos da parábola não deixam dúvida quanto a isso. A vinha refere-se a Israel, o povo eleito; o proprietário é Deus; os empregados enviados são os profetas; o filho é Jesus que vai morrer fora de Jerusalém; os que arrendam a vinha são as lideranças cuja responsabilidade era ajudar o povo a viver a fidelidade da Aliança; outro povo diz respeito aos pagãos.
A parábola deixa evidentes, pelo menos, quatro elementos: a
confiança de Deus nas lideranças a quem entrega sua vinha; a missão das
lideranças, que é fazer a vinha produzir frutos, isto é, levar o povo a agir
conforme os desígnios de Deus; a cobrança, por parte de Deus, dos frutos que
espera de sua vinha e, por fim, a justiça de Deus que retira a vinha dos
infiéis e a confia a quem cumprirá com fidelidade sua missão.
Cuidar da vida do povo. Eis a missão das lideranças! Só é
capaz de cumpri-la quem faz da autoridade um serviço abnegado e amoroso,
gratuito e compassivo, esquecendo-se de si e colocando o outro no centro. Não ficará
impune aquele que, tendo a tarefa de servir o povo a fim de que produza frutos,
foge à sua responsabilidade e, pior ainda, se apropria do povo, dele se
servindo para satisfazer seus próprios interesses. Vemos isso ocorrer,
lamentavelmente, entre vários tipos de lideranças, como por exemplo, políticas
e religiosas.
A pandemia tem evidenciado, de um lado, os que se esforçam para
promover e defender a vida, especialmente, dos mais vulneráveis. O altruísmo de
muitos é exemplar. De outro lado, há aqueles que, ancorados em negacionismos e
interesses políticos e econômicos, desprezam e banalizam a vida, caminhando na
contra mão do que a ciência tem orientado para conter esse vírus que desafia o
mundo. Parecem ter perdido o senso de humanidade e não são capazes de um mínimo
de compaixão.
A profecia exige que denunciemos a atitude dos que, nesses tempos de pandemia e em todos os tempos, têm colaborado para o sofrimento e a morte do povo, seja por sua omissão, seja por sua deliberada opção de servir ao mercado e não à vida. Continua válida a sentença de Jesus: “o Reino de Deus será tirado de vocês e será entregue a um povo que produzirá frutos” (Mt 21,44). É preciso gritar esta sentença com voz amplificada, ainda que se tenha como resposta a mesma que os sumos sacerdotes e fariseus deram a Jesus: ameaça e violência. Nossa fé nos tem colocado nesse caminho?
Se o Reino de Deus não produz frutos em nossa vida, ele nos é tirado
ResponderExcluirSenhor, ajudai-nos a cuidar da vinha que nos confiou!!!
ResponderExcluirSe nsa fé não nos tirar da nsa zona de conforto, sobretudo em relação ao outro, de q nós valerá?
ResponderExcluir"Cuidar da vida do povo. Eis a missão das lideranças!" 👊
ResponderExcluirSenhor, que todas as lideranças tanto política como religiosas procurem dar mais valor a vida sendo mais humanos e que tenham um pouco de compaixão cuidando com carinho da vinha que o Senhor nós confiou. Só alcançaremos o Reino de. Deus se praticarmos o bem ,produzirmos frutos em nossa vida .
ResponderExcluirComo seria bom se esta reflexão chegasse a todas as pessoas, indistintamente, e tocasse nos corações de cada um. Penso que aconteceria uma grande transformação.
ResponderExcluirSenhor, aumentai a nossa fé para que também aumente o nosso compromisso!