Há limite para o perdão?
Mt 18,21-35
Por Pe. Geraldo Martins
Objetivamente, Jesus
diz que o perdão deve ser dado sempre – “não até sete vezes, mas até setenta
vezes sete” (Mt 18,22) -, além de ser radical, ou seja, deve-se perdoar tudo.
E, como se isso não bastasse, Ele acrescenta que essa é a condição para alguém
ser perdoado (cf. Mt 18,35). Aliás, é isso que rezamos todos os dias no Pai Nosso.
O parâmetro para prática tão radical é o próprio Deus,
misericordioso por definição. Ele perdoa tudo e sempre! “Deus nunca se cansa de
perdoar”, gosta de repetir o papa Francisco (EG, n. 3).
Acostumados a quantificar tudo, inclusive nossa prática
religiosa – lembro-me, por exemplo, do “Tesouro Espiritual” do Apostolado da
Oração cujos membros deveriam preencher dizendo quantas missas foram
assistidas, quantas comunhões feitas, quantos atos de caridade praticados etc.,
ou da Legião de Maria que deveria dizer quantas visitas foram feitas, quantos
terços rezados, a quantos velório se foi etc. -, tendemos sempre, para algumas
questões, ao mínimo. Perdoar, sem dúvida, estaria entre estas, bem como ajudar
alguém em sua necessidade. Somos inclinados a colocar limites em nossa prática de
perdão e de caridade, quando a temos. E, pior, não raro nos ufanamos do limite
colocado, julgando que fomos demasiado generosos.
Tudo se modifica se agimos por compaixão. Esta é a pedra de
toque que deve mover nossa relação com os irmãos e irmãs, tal como Deus faz
conosco. “Não devia você também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive
compaixão de você?” (Mt 18,33). Compaixão que não significa dó, pena ou
piedade, mas a capacidade de nos colocar no lugar do outro e assumir, como
nossas, suas dores e necessidades. Quanto mais formos capazes de fazer isso,
tanto mais nos habilitamos ao perdão, sem quantificá-lo nem tampouco
condicioná-lo.
A parábola evidencia, ainda, o contraste entre a dívida que
temos a pagar e da qual somos perdoados e a que temos a receber e não perdoamos.
O pecado é sempre uma dívida para com Deus e com o/a irmão/ã. Só o perdão é
capaz de pagá-la totalmente. Para tanto é necessário o amor, que nasce da
compaixão. Se nos sentimos bem quando somos perdoados, sentimo-nos muito
melhores quando perdoamos. Daí a necessidade de fazê-lo sempre. Qual a nossa
disposição para isso?
Bom dia. Colocar-se no lugar do outro. Esta atitude nos ajuda a exercitar e melhorar nossa capacidade de perdoar.
ResponderExcluirSe queremos viver uma relação verdadeiramente com Deus, nos convertamos para o perdão
ResponderExcluirPedir sempre a Deus o dom do perdão.
ResponderExcluirSenhor, como somos pequenos em nossas atitudes! Que tenhamos ouvidos, sabedoria e um coração generoso para compreendermos que o caminho da salvação passa pelo perdão.
ResponderExcluirQue Deus nos ajude e nos dê a graça de sabermos perdoar e colocarmos sempre no lugar do outro ,se ele nos deu o perdão então nós também temos que perdoar .
ResponderExcluirPenso q a disposição de colocar-se no lugar do outro mtas vezes "morre" na prática, pq requer entender e aceitar o erro do outro e sobretudo qdo esse erro nos atinge, aí é q dificulta mais ainda esse movimento, talvez pq nos julgamos meio q superiores no momento ..."Deus nunca se cansa de perdoar" e ele nem precisa mto de nós né? A impressão q fica é q perdoar requer um exercício de desapego tremendo...desapegar de nós mesmos e do q nos afeta...EITAAAAAA, q isso vai dar pano pra manga... Gratidão, Pe. Geraldinho...
ResponderExcluirPeço muito a Deus quem fortaleça mais na fé.Qdo se fala em perdoar tenho uma dificuldade muito grande para mim é um desafio ainda, já melhorei muito mas preciso coloca_lo em primeiro lugar.Senhor me dê a graça de cada dia mais saber perdoar quem me feriu.Se Deus quiser vou chegar lá.
ResponderExcluirDevemos pedir em nossas orações à Deus a capacidade de saber perdoar.
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