A Palavra se faz vida

Qual a nossa opção?

Jo 3,31-36

Por Pe. Geraldo Martins

João Batista, em diálogo com seus discípulos, confirma a identidade de Jesus como aquele que vem do alto e que está acima de todos. Acentua, por um lado, que nem todos acreditam nele e no testemunho que Ele dá do Pai.  Por outro lado, recorda que crer nele é condição para dar testemunho de Deus e possuir a vida eterna. Não há, portanto, meio termo, ou nos decidimos por Jesus e o acolhemos como enviado do Pai, ou o rejeitamos e não veremos a vida, pois a ira de Deus permanece com quem rejeita seu Filho (cf. Jo 3,36).

Nossa opção por Jesus deve ir além das palavras que nos permitem dizer: “nós cremos em Jesus”. Isso todos podem dizer com facilidade e, no entanto, pouco ou nada significar. Antes, esta afirmação deve ser dita com a nossa vida, com o nosso modo de agir no mundo, sobretudo, diante de situações e fatos que requerem profecia na via de mão dupla do anúncio e da denúncia.

Em não poucas ocasiões, nossa opção por Jesus se faz de forma seletiva, de acordo com nossas conveniências. Ao invés de nos moldarmos ao Evangelho, fazemos o contrário, isto é, procuramos adaptar o Evangelho a nós, como se isso fosse possível. Assim, vivemos a ilusão de uma opção por Jesus que não nos compromete e em nada modifica nossa vida.

O Tempo Pascal nos dá a oportunidade ímpar de fazer a experiência do Cristo Ressuscitado que vem ao nosso encontro para nos revelar o amor de Deus em sua plenitude. Somos, então, convidados, pelo evangelho, a rever nosso relacionamento com Cristo e compreender que aceitá-lo ou recusá-lo é uma questão vital, mais que intelectual (cf. Missal Cotidiano). No dia em que compreendermos que nossa vida depende dessa decisão, tudo se modificará. Só experimentaremos a alegria do Reino se fizermos a opção certa.