Paixão e Cruz, lição de discipulado
Jo 18,1-19,42
Por Pe. Geraldo Martins
Primeiro ato, a prisão (Jo 18,1-11). Jesus não oferece
resistência aos que se apresentam para prendê-lo e condena a violência como meio de resistir ou fazer justiça. Por isso repreende Pedro que usa da espada para defender Jesus. Discípulo de Jesus é quem faz da não violência o caminho para a justiça e a paz.
Segundo ato, o tribunal religioso (Jo 18,12-27). Jesus
começa a ser julgado pelos sumos sacerdotes por causa de sua missão. Nem mesmo aqui a violência dá
trégua. Jesus recebe uma bofetada por responder ao sumo sacerdote com a
verdade. A bofetada mais forte, porém, talvez, tenha vindo de Pedro, seu discípulo,
que, neste momento, o nega três vezes. Discípulo de Jesus é quem assume os riscos de sofrer com Ele a paixão e a morte de que foi vítima.
Terceiro ato, o tribunal político (Jo 18,27-19,16). O
destaque neste tribunal é o interrogatório de Pilatos que evidencia a inocência
de Jesus e a covardia do inquiridor. Três perguntas sintetizam o
julgamento de Jesus: “Tu és o Rei dos Judeus?” (Jo 18,33); “O que é a verdade?”
(Jo 18,38) e “De onde és Tu?” (19,9). À primeira Jesus responde, às outras duas responde seu silêncio. Pilatos, para não perder o poder, cede à
pressão que manipula o povo e condena Jesus, mesmo convencido de sua inocência. Discípulo de Jesus é quem não se deixa manipular pelas artimanhas de quem está no poder, seja político ou religioso, e afirma sua opção pela verdade que liberta e salva.
Quarto ato, a crucificação e morte (Jo 19,17-37). O próprio
Jesus é quem carrega a cruz na qual será pregado. A sentença que o condenou vai
junto: “Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus” (Jo 19,19). Escrita em hebraico,
latim e grego, é para que todo o mundo saiba que sua morte redentora é universal.
No Calvário, Jesus se despoja de tudo, não só de suas vestes. Ele dá sua mãe
como mãe de toda a humanidade e deixa a espada traspassar seu coração para
oferecer o sangue e a água que nos salvam. Discípulo de Jesus é quem permanece ao pé da Cruz, a exemplo de Maria, e assume o compromisso de servi-Lo nos pobres e abandonados.
Quinto ato, a sepultura (Jo 19,38-42). Encerrado no túmulo
novo, o corpo de Jesus foi vencido pela violência e maldade humanas. Aos olhos
dos expectadores, é mais um que fracassou na tentativa de se fazer o Messias e
arrebanhar seguidores. É o fim de uma história que foi boa enquanto durou. Para
os que o acompanharam de perto e se fizeram seus discípulos, fica a esperança
de sua volta para decretar a derrota à morte e ao mal. Discípulo de Jesus é quem acredita na vitória do bem sobre o mal e, nos tempos atuais, no fim da pandemia com a vitória da ciência e da vida.
No centro de tudo isso está a Cruz de Cristo. Assumida como instrumento redentor, ela revela a extremidade do amor de Deus pelo mundo. Transformada em árvore da vida, ela nos convida a lutar contra tudo que leva à morte. Com Cristo ela deixa de ser escândalo e loucura para se tornar altar e trono. Como altar, recebe o Jesus que se imola para nos libertar de nossos pecados; como trono, aponta para o Reino que Jesus oferece a todos que se dispõem a segui-Lo.
Que tenhamos coragem e Fé
ResponderExcluirQue neste dia de Silêncio e oração, tenhamos a fé de Maria, que permanecendo em pé diante da morte de seu filho, Jesus, nós dá o exemplo de viver esta dor sem tamanho, na certeza da vitória de Jesus na cruz.
ResponderExcluirQue tenhamos a coragem de "esperançar" e nesses tempos, contribuir efetivamente na construção do Estado do Bem Viver, sobretudo promovendo a vida daqueles e daquelas em situação vulnerável.
ResponderExcluirNós vos adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos porque pela vossa santa cruz remistes o mundo.
ResponderExcluirA cruz - "Como altar, recebe o Jesus que se imola para nos libertar de nossos pecados; como trono, aponta para o Reino que Jesus oferece a todos que se dispõem a segui-Lo." ✝️
ResponderExcluirJunto à Cruz de Jesus, possamos carregar nossa cruz de cada dia, com paciência, amor e fidelidade para com Deus nos irmãos.
ResponderExcluirSenhor, que essa comoção que nos invade na Semana Santa continue refletindo em todos os dias do ano nas nossas escolhas sobretudo no "compromisso de servi-Lo nos pobres e abandonados." Amém!
ResponderExcluirAtualizarmos o sentido que a Paixão e Morte de Jesus tem para nós hoje é adentrar-nos no Mistério do Amor de Deus que assume a fragilidade humana para nos resgatar do pecado . Contemplamos o Mistério que está presente em toda existência: ausência, dor, fracasso, morte. Sem cruz não há passagem para a vida,não há ressurreição.
ResponderExcluirSenhor que. está semana Santa continue ,nos inspirando,para que não percamos a fé ,Seguindo o exemplo de Maria ,que soube ficar em silêncio mesmo diante do sofrimento.Permaneceu firme de pé. Que ela nos dê forças para também suportar as dores e sofrimentos.
ResponderExcluirAdoremos o Cristo Crucificado que deu Sua vida para nos salvar
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