A Palavra se faz vida

Ao Pai por Jesus

Jo 14,1-6

Por Pe. Geraldo Martins

A tristeza toma conta dos discípulos ao sentirem que está próxima a partida de Jesus. A ideia da ausência do mestre gera perturbação e insegurança no coração de seus discípulos. Muitos de nós, certamente, já experimentamos sentimentos semelhantes diante da morte iminente de um ente querido. Colocamo-nos logo a nos perguntar como será continuar a vida sem a presença junto de nós daquela pessoa que nos é tão cara.

Aos discípulos Jesus acalma garantindo sua presença pela fé – “vocês creem em Deus, creiam também em mim” (Jo 14,1) – e assegurando-lhes, na hora certa, um lugar junto do Pai – “voltarei e os levarei comigo a fim de que onde eu estiver vocês estejam também” (Jo 14,3). Para tanto, é necessário perseverar no seguimento de Jesus que é “o caminho, a verdade e a vida", único capaz de levar ao Pai.

Esta afirmação de Jesus deve encher-nos de confiança e levar-nos ao total abandono em suas mãos. Afinal, “porque nos ensina a verdade concernente à nossa vida moral, é a Verdade. Porque nos ensina como caminhar no caminho que leva ao Pai, dando-nos ele próprio o exemplo, é o Caminho. Porque, seguindo esse Caminho, obteremos a vida, ele é a Vida” (cf. Bíblia de Jerusalém).

Comentando este evangelho, diz o papa Francisco: “Não esqueçamos: a morada que nos espera é o Paraíso. Aqui estamos de passagem. Somos feitos para o céu, para a vida eterna, para viver para sempre. (...) Há caminhos que não levam ao Céu: os caminhos da mundanidade, os caminhos da autoafirmação, os caminhos do poder egoísta. E há o caminho de Jesus, o caminho do amor humilde, da oração, da mansidão, da confiança, do serviço aos outros. Não é o caminho do meu protagonismo, é o caminho de Jesus, protagonista da minha vida. É ir em frente todos os dias perguntando-lhe: ‘Jesus, o que achas desta minha escolha? O que farias nesta situação, com estas pessoas?’. Far-nos-á bem perguntar a Jesus, que é o caminho, as indicações para o Céu” (10.5.2020)