A Palavra se faz vida

O encontro com o Ressuscitado

Mt 28,8-15

Por Pe. Geraldo Martins

As reações diante da ressurreição de Jesus são diferentes segundo as relações que se estabeleceram com Ele antes de sua paixão e morte. Maria Madalena e Maria, mãe de Tiago (cf. Mc 16,1), mulheres que o seguiam e nele acreditavam, têm misturados os sentimentos de medo e alegria. O próprio Crucificado-Ressuscitado é quem lhes espanta o medo, confirma-lhes a alegria e as envia em missão para comunicar sua ressurreição – “Alegram-se... não tenham medo. Vão anunciar aos meus irmãos que se dirijam para a Galileia. Lá eles me verão” (MT 28,9-10).

Já os soldados responsáveis pela guarda do corpo de Jesus, mancomunados com os sumos sacerdotes, seguem o caminho da corrupção para negar a ressurreição. Vendem-se para espalhar a falsa notícia de que o corpo de Jesus fora roubado por seus discípulos, embora tenham testemunhado o mesmo que as mulheres: um terremoto, o anjo do Senhor removendo a pedra do sepulcro e dizendo que Jesus havia ressuscitado (cf. Mt 28,2). Fecham-se, assim, ao encontro com o Ressuscitado que traz alegria e vida nova a quem o acolhe.

O mistério da ressurreição de Jesus só é reconhecido e acolhido por quem tem o coração movido pela fé e aberto à graça. É o caso das mulheres que se prostram aos pés do Crucificado-Ressuscitado em atitude de adoração (Mt 28,9). Para quem, como os soldados, são meros espectadores e têm o coração fechado à manifestação de Deus, a ressurreição não passa de uma fantasia. Curvam-se aos interesses dos que combatem contra Jesus e, ao invés de se fazerem anunciadores da verdade, tornam-se propagadores de uma mentira.

E nós, como reagimos diante da ressurreição de Jesus? Que sentimentos ela provoca em nós, sobretudo, em tempos sombrios como os que vivemos atualmente? Se nos deixarmos guiar pela fé, seremos tomados pela alegria e nos transformaremos em missionários da ressurreição, comunicando a todos a força e a vida nova que nos vêm do Cristo. Se, ao contrário, resistirmos à graça e nos fecharmos em nós mesmos, perderemos a oportunidade de sentir o amor de Deus que, em seu Filho Crucificado-Ressuscitado, nos renova e nos garante a vitória sobre tudo o que nos aflige.