A Palavra se faz vida

Nosso intercessor

Jo 17,1-11

Por Pe. Geraldo Martins

Na iminência de sua paixão e morte, Jesus se dirige ao Pai a quem, inicialmente, faz dois pedidos: sua glorificação e a vida eterna para seus discípulos. É o começo da chamada Oração Sacerdotal de Jesus que ocupa todo o capítulo 17 do evangelho de João. Aqui Ele revela sua intimidade com o Pai numa conversa em que, por um lado, como que presta conta de sua missão e, por outro, suplica por aqueles a quem confia a continuação de sua obra.

Durante toda sua missão, Jesus manifestou sua proximidade e unidade com o Pai. Deixou claro que vinha da parte dele e que agia em seu nome. Graças ao seu ministério todos puderam conhecer e sentir Deus como Pai amoroso e misericordioso. Por sua obra, Jesus desvendou o mistério que tornava Deus distante de seus filhos e filhas e o mostrou próximo de todos – “manifestei o teu nome aos homens que tu me deste do meio do mundo” (Jo 17,6).

O pedido de Jesus é também em favor de seus discípulos que continuam no mundo – “já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo” (Jo 17,11). O que significa isso? Que seus discípulos necessitam da força divina para vencer as forças do mal. Por isso, Jesus intercede em favor deles. É um pedido carregado de ternura e carinho, que brota do coração de quem ama.

É consolador saber que temos um intercessor junto de Deus, que não se esquece de nós. Ele nos conhece em nossas forças e fraquezas. Sabe que, sem o auxílio do Pai, nada podemos e que só seremos capazes de perseverar no caminho que Ele nos indicou com a assistência de Deus-Pai. Nisso é que consiste a sua glória, que é a mesma do Pai, na nossa perseverança em seu amor – “e eu sou glorificado neles” (Jo 17,10).

Esta afirmação de Jesus tem como base a fé dos discípulos - “reconheceram verdadeiramente que eu saí de ti e acreditaram que tu me enviaste”. Nossa fé é motivo de glorificação do Cristo? Confiamos, realmene, que Ele intercede sempre por nós?