A Palavra se faz vida

Construir a unidade

Jo 17,20-26

Por Pe. Geraldo Martins

No final de sua ‘oração sacerdotal’, Jesus estende seu pedido por todos que haveriam de crer nele a partir da pregação dos apóstolos (cf. Jo 17,20). Ele rezou por nós! E qual foi o pedido? A unidade – “para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti” (Jo 17,21.22) e que esta unidade seja perfeita (Jo 17,23).

A unidade sonhada por Jesus traduz-se na comunhão que deve reinar entre aqueles que professam seu nome e, pelo batismo, se tornam seus discípulos. Ela supõe a diversidade e jamais propõe eliminar a pluralidade que é uma riqueza característica do povo de Deus. As diferenças entre os seguidores de Jesus não podem traduzir-se em divisão, hostilidade, intolerância, ódio. Isso é uma contradição ao que ensinou Jesus.

No contexto da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, inspirados nesta oração de Jesus, vale a pena recordar o que diz o Concílio Vaticano II sobre a divisão que, historicamente, se criou entre os cristãos:

“Cristo Senhor fundou uma só e única Igreja. Todavia, são numerosas as Comunhões cristãs que se apresentam aos homens como a verdadeira herança de Jesus Cristo. Todos, na verdade, se professam discípulos do Senhor, mas têm pareceres diversos e caminham por rumos diferentes, como se o próprio Cristo estivesse dividido. Esta divisão, porém, contradiz abertamente a vontade de Cristo, e é escândalo para o mundo, como também prejudica a santíssima causa da pregação do Evangelho a toda a criatura” (UR, 1).

O Espírito Santo é o protagonista da unidade. Só Ele é capaz fazer comunhão e unir os diferentes, como fez em Pentecostes, tornando-os capazes de se amarem no diálogo respeitoso. Ele “habita nos que creem, enche e rege toda a Igreja, realiza aquela maravilhosa comunhão dos fiéis e une a todos tão intimamente em Cristo, que é princípio da unidade da Igreja” (UR, 2).

Abramo-nos ao Espírito Santo. Sejamos guiados por seus dons e construiremos a unidade que faz o mundo crer no amor misericordioso do Pai revelado por seu filho Jesus. Dessa forma, contemplaremos a glória do Cristo e dela participaremos.