A Palavra se faz vida

Amar do jeito de Jesus

Jo 15,12-17

Por Pe. Geraldo Martins

Amar é nossa vocação maior. Ninguém de nós pode não amar. Porém, devemos amar, não do nosso jeito, mas do jeito de Jesus. Só o faremos se nos sentirmos amados por Ele que é a fonte do amor em seu sentido pleno. E como Ele nos amou? Doando-nos sua vida por nos considerar seus amigos. 

A partir daí, amar-nos uns aos outros torna-se um imperativo, um mandamento que deve ser cumprido por todos que se consideram discípulos de Jesus – “amem-se uns aos outros assim como eu  os amei” (Jo 15,12). Trata-se, portanto, de uma ordem: “isto é o que lhes ordeno: amem-se uns aos outros” (Jo 15,17). Como temos cumprido esta ordem?

O amor eleva a pessoa amada e a faz próxima, íntima de quem a ama, tal como ouvimos de Jesus: “vocês serão meus amigos se fizerem o que eu lhes mando” (Jo 15,14). Na relação entre amigos o que prevalece é a liberdade, a proximidade. É diferente de uma relação entre senhor e escravo em que predominam a distância e o poder com um mandando e o outro obedecendo. 

O amor de Jesus por nós nos eleva por nos tornar seus amigos, revelando-nos os segredos do Pai quais sejam sua misericórdia, seu amor, seu perdão, sua bondade, sua ternura, a salvação - "dei-lhes a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai" (Jo 15,15). Tornamo-nos amigos de Jesus quando cumprimos seu mandamento, amando da forma como Ele nos ama.

Jesus escolheu amar-nos. Só podemos fazer nossa opção por Jesus porque antes fomos escolhidos por Ele. A cruz, na qual Ele morreu, é a expressão máxima de seu amor por nós. E o Pai participa desse amor como lembra São Paulo: “Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós quando éramos ainda pecadores” (Rm 5,8). É assim o amor de Jesus por nós: universal, incondicional, fraterno, gratuito. É assim que devemos amar-nos uns aos outros.

"Ninguém ama se não foi amado e só se ama como se foi amado. A medida pode variar. A medida que o cristão é chamado é a mesma de Jesus: amor até ao fim, até ao dom de si, até à morte" (Liturgia diária O Pão Nosso de Cada Dia). Recorda-nos Santa Tereza de Calcutá: "Muitas pessoas ainda são más porque não foram suficientemente amadas". Amemo-nos como somos amados por Jesus e o mundo se transformará.