A Palavra se faz vida

Fonte de amor

Jo 19,31-37

Por Pe. Geraldo Martins

Crucificado e já morto, Jesus tem seu lado aberto pela lança de um soldado cujo gesto parece traduzir a maldade de quem queria comprovar o óbvio: a morte de Cristo. Deste lado aberto de Jesus, registra o evangelista, jorra sangue e água (Jo 19,33). O primeiro lembra a eucaristia e o segundo, o batismo, símbolos da Igreja. Por isso se diz que a Igreja nasce do lado aberto de Cristo como vemos no Catecismo da Igreja, citando o Concílio Vaticano II:

“A Igreja nasceu principalmente do dom total de Cristo pela nossa salvação, antecipado na instituição da Eucaristia e realizado na cruz. ‘Tal começo e crescimento da Igreja exprimem-nos o sangue e a água que manaram do lado aberto de Jesus crucificado’ (LG 3). Porque ‘foi do lado de Cristo adormecido na cruz que nasceu o sacramento admirável de toda a Igreja’ (SC 5). Assim como Eva foi formada do costado de Adão adormecido, assim a Igreja nasceu do coração trespassado de Cristo, morto na cruz” (CIC 766).

O coração de Jesus é, portanto, fonte de amor que não se esgota. Beber incessantemente nesta fonte significa abrir-se à mansidão e à humildade que habitam o coração de Cristo – “aprendam de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29). É daí que nasce uma das jaculatórias mais queridas de nosso povo: “Jesus, manso e humilde de coração, fazei nosso coração semelhante ao vosso”. 

Nesse dia em que rezamos também pela santificação dos sacerdotes, data instituida pelo papa São Joao Paulo II, em 1995, peçamos que os sacerdotes tenhamos um coração semelhante ao de Jesus, capaz de amar indistintamente, de servir generosamente, de se doar livremente e de vive na pobreza e na pobreza, cada vez mais identificados os pobres e sofredores, os prediletos de Deus. 

 Artigo atualizado às 08:51