A Palavra se faz vida

A verdadeira oração

Mt 6,7-15

Por Pe. Geraldo Martins

Todos nós temos necessidade de conversar com Deus e o fazemos através da oração. Ocorre que, muitas vezes, transformamos essa conversa, que deveria ser próxima e familiar, em longas recitações de fórmulas e excessivo palavreado que nem sempre nos permitem sentir a presença de Deus. Jesus nos tranquiliza a esse respeito e mostra que o Pai já sabe de tudo que precisamos, por isso, basta nos colocarmos em sua presença como filhos e filhas que o reconhecem como Pai.

Com sete pedidos, a oração do Pai Nosso, ensinada por Jesus, é completa. Orienta-nos, em primeiro lugar, a nos voltar para o Pai e pedir que seu nome seja santificado, que venha o seu Reino e que seja feita sua vontade. São, portanto, três pedidos reconhecendo a grandeza de Deus em nossa vida. Manifestam nosso desejo de estar sempre em Deus e viver das coisas de Deus.

Os outros quatro pedidos estão voltados para nós, para nossas necessidades, para nossas relações com os outros. Suplicamos a Deus o pão, o perdão, a força na tentação e a libertação do mal. Aqui vemos com clareza que nada somos sem Deus. Dele é que nos vem aquilo de que precisamos para celebrar a vida como dom que Ele mesmo nos deu.

Dominados pela correria do dia a dia, nem sempre fazemos nossas orações com a devida atenção e concentração. Apressados, tornamo-nos como papagaios, repetidores de fórmulas decoradas, inclusive o Pai Nosso, sem um tempo mínimo para  meditar e refletir o que rezamos. Não fazemos silêncio para escutar e contemplar Deus. Por isso, pouco sentimos Deus em nós.

Cuidemos de nossa vida de oração e cuidemos de nossa oração para que não seja algo exterior a nós, mas a tradução de nosso interior na nossa relação com Deus e com os irmãos. Lembremo-nos de que, na oração, o mais importante não é tanto sentir o que falamos, mas, sobretudo, falar o que sentimos. O Pai Nosso é isso.