A Palavra se faz vida

Os passos da libertação

Mt 8,1-4

Por Pe. Geraldo Martins

Terminado o Sermão da Montanha, Jesus é seguido por multidões. Suas palavras e ensinamentos atraíam as pessoas e renovavam sua esperança, especialmente, dos pobres e marginalizados. Prova disso é a cura do leproso narrada por Mateus com Jesus já na planície. O caminho da cura, da parte do leproso, constitui-se de três passos: aproximar-se, ajoelhar-se e pedir.

O aproximar-se revela a coragem do leproso que, por causa de sua doença, era proibido de fazê-lo em relação a qualquer pessoa a fim de não torná-la impura. As próprias pessoas fugiam de quem tinha a lepra para não se contaminar. Ele não teme ir a Jesus, confia que não será rejeitado.

O ajoelhar-se é demonstração da fé de quem reconhece Jesus como o Filho de Deus, o salvador e libertador. É gesto de adoração, mas também de quem admite sua pequenez diante da grandeza de Deus a quem recorre com humildade e confiança. Já o pedido soa como uma oração de súplica que expressa a fé naquele que tem o poder de vencer o mal que marginaliza e exclui. Manifesta o desejo de quem quer sua vida restaurada, desde que este seja também o desejo de Cristo, por isso, diz: “Senhor, se queres, tu tens o poder de me purificar” (Mt 8,2).

Jesus, num gesto revolucionário, não se esconde do leproso, mas o acolhe com três gestos libertadores: estende a mão, toca nele e diz a palavra que o limpa de sua lepra. Observemos que, respondendo ao pedido do leproso, Jesus revela seu projeto de vida para todos que se encontram marginalizados: “Eu quero, fica limpo” (Mt 8,3). É o que Ele diz a todos que dele se aproximam, ajoelham e suplicam. 

“O leproso é figura de toda pessoa que vai ao encontro de Jesus para receber gratuitamente o dom de uma vida livre do pecado e da morte. A cura da lepra indica a graça da purificação e da divinização” (Liturgia Diária O Pão Nosso de Cada Dia). Com ele aprendemos que a fé é que nos move ao encontro de Cristo ao contrário do medo que nos paralisa, marginaliza e exclui.