A Palavra se faz vida

Ser sinal

Mt 5,13-16

Por Pe. Geraldo Martins 

Jesus chama seus discípulos de sal da terra e luz do mundo. Define, assim, sua missão e vocação. Tal como o sal dá gosto, livra da decomposição e cura, assim o cristão deve fazer a diferença na comunidade a que pertence. Sua vida deve dar sentido à vida do outro, ajudando-o a manter-se íntegro diante do Senhor e curando-lhe as feridas do coração. Assim, o autêntico discípulo de Cristo é aquele que marca posição diante das situações que contradizem o evangelho, ameaçam a vida e ferem a dignidade humana.

Aos discípulos de Jesus cabe, ainda, a missão de iluminar os caminhos dos que andam errantes, perdidos em seus projetos e sonhos. Como luz do mundo, é sua tarefa tirar da escuridão os que nela se encontram, além de aquecer os corações dos que vivem na frieza do desamor, do ódio, da indiferença, do egoísmo e de tantos outros sentimentos que não vêm de Deus.

O sal, para cumprir sua função, não precisa ser em grande quantidade. Se tiver qualidade, basta uma pequenina porção e se fará notar. O mesmo ocorre com a luz. Quando a escuridão é intensa, basta uma réstia de luz e o ambiente ficará iluminado. Além disso, tanto um quanto o outro cumprem sua missão de forma discreta, sem aparecer. Aliás, são mais sentidos e percebidos quando estão ausentes.

Compreendemos, então, que “a força do sinal não está no conformismo, mas na distinção. A luz é diversa das trevas para poder iluminar o caminho de quem anda no escuro. O sal é diverso da comida para dar-lhe o sabor. O fogo é diverso do gelo para aquecer os membros enrijecidos pelo frio. Cristo nos chama luz e sal da terra. Num mundo dissipado e confuso como o nosso, a força do sinal está exatamente em ser diferente. Ele deve destacar-se tanto mais quanto a ação apostólica exige maior inserção na massa inumana” (São João Paulo II - 2.7.1980).

Assim devemos ser nós, os cristãos. Agir com discrição, sem aparecer, ainda que estejamos no alto, como a luz, ou bem misturados no meio das pessoas, como o sal na sopa. Enquanto cristãos, fazemos a diferença na família, no trabalho, na comunidade e nos ambientes que frequentamos ou somos como sal insosso, que está para ser jogado fora, e luz debaixo da vasilha?